09 setembro 2013

Charme chega ao Príncipe Real


Quando descobriu as belezas de Portugal era ainda muito jovem. E em 2005 já era casado com uma portuguesa quando decidiu investir no imobiliário português. Inicialmente conhecido como o americano que comprava palácios no Príncipe Real para requalificá-los e transformar aquele local num bairro de charme, Anthony Lanier é afinal austríaco – embora nascido no Brasil – e tem uma paixão por Lisboa.

É por essa razão que o projecto de Lanier no Príncipe Real continua o seu percurso, sem se desviar da rota traçada em 2005. Para o comprovar, a partir de ontem já se pode admirar o trabalho realizado pela sua empresa, a EastBanc Portugal, com o emblemático palacete Ribeiro da Cunha, um imóvel do século XIX de estilo neo-árabe. Neste espaço reabilitado vai abrir a Embaixada, um projecto comercial e de lifestyle que promete dinamizar o bairro lisboeta.

Este é um projecto âncora da empresa, que pretende ser um espaço comercial e de lazer. Ali vão marcar presença 14 lojas e uma zona destinada à restauração.

Catarina Lopes, directora-geral da EastBanc Portugal, revela que o objectivo é que o espaço seja o coração do bairro. Para o lote da Embaixada está prevista também uma unidade hoteleira, mas a responsável garante que a EastBanc não pretende ter a propriedade do hotel. “Queremos um parceiro hoteleiro que tenha as competências necessárias, que partilhe a nossa visão e que acredite em ambas o suficiente para absorver o risco operativo da componente hoteleira”, explica Catarina Lopes.

Este projecto específico já ultrapassou o meio milhão de euros em obras de conservação. A East Banc já adquiriu 20 imóveis na zona do Príncipe Real, num investimento de cerca de 50 milhões de euros em património, projectos, reabilitação e na dinamização da zona. Além disso, conseguiu atrair nomes sonantes da arquitectura portuguesa – como Souto de Moura, que vai ter a seu cargo o projecto residencial.

Esperar não é estratégia

A directora refere também que, ao ter o investimento concentrado numa área urbana, a gestão torna-se mais eficiente. “A expectativa é que, inicialmente, as margens sejam mínimas, mas concentramo-nos numa estratégia de baixo risco de assegurar o rendimento dos activos e de executar um edifício de cada vez, beneficiando destes esforços logo que haja oportunidade”, explica. Catarina Lopes salienta que “edifícios vazios com taxas municipais agravadas e a degradarem-se é pior que edifícios ocupados, qualquer que seja o rendimento”.

A responsável explica que as estimativas para saber o retorno total do projecto só poderão ser feitas depois da venda. Mas adianta que todos os edifícios comprados, excepto um, estão arrendados. O rendimento bruto sobre o investimento total é entre 2% e 8%.

Apesar de estar consciente de que os compradores e inquilinos são influenciados pela conjuntura financeira, Catarina Lopes destaca que a EastBanc tem uma visão de longo prazo: “A situação actual também abre algumas oportunidades. Hoje há proprietários no Príncipe Real a discutir parcerias com a EastBanc para valorizar o seu património”, continua a directora, antes de recordar situações recentes: “Há cinco anos só se falava em preço e, muitas vezes, não conseguimos acompanhar ofertas porque nos pareceram exorbitantes. Muitos desses imóveis continuam hoje vazios”.

Lisboa está na moda

O projecto do Príncipe Real tem ainda outra componente que joga a seu favor: Lisboa está na moda e está cada vez mais bem cotado a nível internacional. Daí que a directora da EastBanc reconheça que sente um impacto forte no comércio de rua.

Cada vez existem mais turistas, em especial europeus, no Príncipe Real. “Esperamos que o nosso produto residencial também venha a atrair alguns compradores internacionais”, solta. “Acho que o conceito de Urban Club será atractivo. É um produto residencial com serviços, em que há preocupações com limpeza, manutenção ou a gestão, e se pode arrendar o apartamento quando se está fora”.

Fonte: SOL

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