27 outubro 2016

Origem dos investidores está a mudar


O crescimento acentuado do investimento estrangeiro nos últimos anos trouxe também a diversificação das nacionalidades que compram imóveis no nosso país, tendência que se nota quer no investimento direto em habitação quer no investimento institucional em imobiliário comercial. No primeiro caso, os chineses foram a nacionalidade que mais se destacou nos últimos anos, muito em virtude da implementação dos vistos gold.


Do total de 3.888 vistos atribuídos até setembro passado (dados do SEF), mais de 74% são a cidadãos de origem. Os brasileiros também estão a aumentar a sua representatividade na venda de imóveis a estrangeiros. E se é verdade que, no âmbito dos vistos gold, se mantêm longe dos chineses – com um peso de 5,3% nos vistos concedidos -, na venda de imóveis apurada pela APEMIP no 2º trimestre de 2016, os brasileiros ultrapassam os chineses, sendo já a terceira nacionalidade estrangeira que mais investe no imobiliário português, com um peso de 10%, sendo superados pelos franceses (25%) e britânicos (19%). Os franceses foram também uma nacionalidade que tem ganho expressão nas compras de imóveis em Portugal, sobretudo impulsionados pelo recurso ao estatuto de Residente não Habitual. 


O Reino Unido e a França estão também na liderança do investimento em imobiliário comercial no 1º semestre deste ano, de acordo com a consultora Cushman & Wakefield. Cada um garantiu cerca de 27% do volume total investido em Portugal nos primeiros seis meses do ano, o qual a consultora estima fixar-se em €872 milhões. Já os Estados Unidos pesam 21% e a Espanha 12%, contra 6% de origem nacional. Para a consultora, é claro que “a distribuição do investimento em propriedade comercial em Portugal por origem revela uma forte mudança, com uma base de clientes muito mais ampla e diversificada”. 

Lisboa, Porto e Algarve 
De acordo com a APEMIP, Lisboa, Porto e Algarve são as zonas mais procuradas pelos investidores que compram imobiliário luso, destacando que a região mais a sul reúne a preferência dos ingleses, enquanto que franceses ou brasileiros preferem Lisboa e Porto. Também o Millennium bcp, que regularmente promove a sua carteira de imóveis em iniciativas internacionais, considera que “os estrangeiros já deixaram de se focar apenas em Lisboa”, diz Adelaide Amaral, do Marketing da Direção de Negócio Imobiliário do Banco. Lisboa, Porto e Algarve são mercados onde o Banco tem imóveis que considera atrativos para estrangeiros, incluindo “habitação bem localizada e com caraterísticas interessantes”, mas também “edifícios com possibilidade de reconversão em espaços habitacionais ou de hotelaria, ou, mantendo a sua classificação original, como edifícios de escritórios”. Mas Adelaide Amaral destaca ainda “os terrenos para construção, dentro e fora das grandes cidades, muito atrativos para aqueles investidores que procuram abarcar diferentes targets habitacionais”, incluindo lotes nas Amoreiras e Lumiar, e, a curto-prazo, no Areeiro e Encosta da Tapada, que a responsável acredita que “serão muito disputados dado o seu potencial e localização para habitação nova”, termina ainda Adelaide Amaral.

Fonte: Público Imobiliário

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