11 novembro 2015

Procura de lojas de rua em Lisboa alarga-se a novas zonas


O Parque das Nações, Alvalade ou a Av. da República têm registado maior procura dos lojistas por espaços comerciais em Lisboa, comprovando que a procura de lojas de rua na capital está a alargar-se a outra zonas além dos cinco principais destinos de compras. Os eixos da avenida da Liberdade, da Baixa, Chiado, Príncipe Real e rua Castilho são hoje identificados como os principais destinos de comércio de rua em Lisboa, sendo os dois primeiros aqueles que maior atratividade têm gerado junto de retalhistas.


“É onde, de facto, se nota mais procura de espaços comerciais e onde não há muita oferta disponível” explica José Capuchinho, gerente da mediadora imobiliária Capuchinhos, que trabalha sobretudo este segmento com foco nos concelhos de Lisboa e Sintra. Naquelas zonas, “as lojas estão praticamente todas ocupadas”, especialmente as de grande dimensão, o que, na sua opinião, explica o facto de os preços terem crescido nesta zona. Também João Passos, team leader da equipa João Passos e Vítor Andrade, da Remax Latina2, considera que a revitalização do comércio de rua em Lisboa nos últimos anos tem tido um “impacto muito localizado” nestas áreas “muito específicas”, onde os “preços naturalmente subiram e a oferta é rapidamente absorvida pelo mercado”. 


Mas face a zonas onde a oferta é mais limitada e os preços mais elevados, os dois profissionais revelam que têm notado um alargamento da procura a novas zonas da cidade, que exibem “alguma dinâmica”, como são os casos do Parque das Nações, da avenida da República e de Alvalade, esta última fortemente marcado por uma vivência de bairro que tem vindo a fazer ressurgir o comércio de rua em algumas partes da cidade. Além destas, também zonas limítrofes aos destinos de comércio de rua já consolidados, e especialmente a avenida da liberdade, têm vindo a revelar-se mais dinâmicos em termos de procura de imóveis comerciais. Na opinião de José Capuchinho, o eixo da avenida Fontes Pereira de Melo, artéria que liga o Marquês de Pombal ao Saldanha, é um bom exemplo dessa extensão para as zonas adjacentes, que embora incentivada pela fruição de público residencial, emerge sobretudo devido ao “acréscimo de turistas que a cidade tem observado”, complementa João Passos. De facto, para muitos especialistas na área imobiliária e também na área turística, o crescente fluxo de turistas que visitam a cidade tem sido um dos principais impulsionadores para a revitalização do comércio de rua, que nos últimos anos, voltou a emergir como uma alternativa para muitos retalhistas e consumidores. Mas não só. Alguns estudos apontam também a emergência de algumas zonas comerciais ainda menos consolidadas alicerçadas na própria recuperação da vida de bairro e do recurso cada vez maior ao comércio de conveniência numa lógica de compra de proximidade. 

Por isso mesmo, na opinião de José Capuchinho, o negócio imobiliário de lojas de rua pode também ter dinâmica em zonas com menor fluxo turístico. “Há negócios que não precisam tanto de público passante, que não dependem de visibilidade” e que são uma procura importante para este tipo de imóveis. Além disso, outra forma de gerar procura para estes espaços pode ser “através de preços muito competitivos, que tornam atrativa a deslocação ou a abertura de novos negócios“ noutras zonas que não são prime, considera ainda João Passos.

Portugueses continuam a gostar de comprar o espaço 

Apesar de nos principais destinos de compras de rua em Lisboa se falar sobretudo do arrendamento como forma de ocupar os imóveis de retalho, a compra continua a ser uma operação comum no imobiliário de retalho e, de acordo com José Capuchinho, ”muitos ocupantes são arrendatários por imposição”, uma vez que os “portugueses continuam a gostar muito de ser proprietários”. Na sua opinião, nos últimos anos o recurso ao arrendamento aconteceu devido às dificuldades no crédito imobiliário e, além disso, “quem está a iniciar um atividade, prefere numa primeira fase arrendar e só depois, com resultados consolidados, avançar para a compra”. Na sua experiência, são os ocupantes finais a principal franja da procura de espaços comerciais, mas João Passos fala também da compra para investimento, revelando que o a procura estrangeira tem abrandado e a nacional crescido. “Assistimos a mais cidadãos nacionais a comprar imóveis comerciais”, diz, frisando que “notamos uma quebra no investimento estrangeiro, devido aos problemas que ocorreram na atribuição dos Golden Visa”. Isto porque, “a maior parte dos investidores estrangeiros com esta motivação com quem temos trabalhado têm optado por imóveis comerciais em detrimento dos habitacionais”. Esta quebra tem sido vista como uma oportunidade pelos portugueses, que “têm vindo a adquirir estes imóveis com o intuito de os arrendarem e posteriormente o revenderem a esses estrangeiros”, que “procuram imóveis já com rendimento”. 

Mais de quatro dezenas de lojas em campanha na capital

O Millennium bcp tem atualmente em curso uma campanha no âmbito da qual tem em comercialização mais de 40 lojas em diversas zonas da cidade, numa carteira avaliada em cerca de 7,2 milhões de euros. Estes imóveis têm um valor médio de cerca de 172 mil euros e além do preço de “oportunidade” a que são comercializados até 30 de novembro, podem ainda beneficiar de um desconto de 10% se as respetivas escrituras forem concretizadas até final de dezembro deste ano. Trata-se da ação ”Mês das Oportunidades”, que no concelho de Lisboa, além das lojas já mencionadas integra ainda cerca de 80 outros imóveis, entre escritórios, armazéns ou garagens, além de terrenos e apartamentos. Tendo em conta que Lisboa “é provavelmente o mercado imobiliário que mais dinamismo apresenta a nível nacional”, nas palavras de Carlos Nunes, Responsável Vendas – Retalho Sul da Direção de Negócio Imobiliário do Banco, a expetativa quanto ao resultado da campanha é “elevadíssima. A confirmação por parte dos mediadores não deixa dúvidas. “As expetativas são bastante altas” diz João Passos, que adiantou que até ao momento a equipa que lidera já fechou a venda de imóveis em campanha com um valor total superior a 2 milhões de euros. José Capuchinho também tem boas perspetivas, até porque “a campanha é um bom impulso para as negociações. Um desconto é sempre bem vindo, especialmente em compras onde tudo é mais ponderado”, termina.

Fonte: Público Imobiliário

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