26 janeiro 2016

Investimento de capital asiático em hotéis europeus aumenta 393% desde o pico de mercado em 2007


O aumento da liquidez e o baixo custo de capital resultaram em níveis recorde de investimento asiático no setor hoteleiro na Europa, em 2015. Registou-se um valor de 1,6 mil milhões de euros de investimento neste setor no último ano, representando 21% do total de transações do setor hoteleiro europeu. Esta é a mais elevada percentagem de investimento asiático, tendo em consideração quaisquer classes de ativos comerciais, como escritórios (17%), Retalho (9%) ou Industrial (5%) e uma subida de 393% desde o pico de Mercado do último ciclo de 2007, de acordo com o mais recente estudo da CBRE ‘Check In’, sobre o investimento em hotelaria na Europa.


Os ativos hoteleiros premium em capitais europeias ou cidades de forte vocação turística continuam a ser muito atrativos. No entanto, os investidores asiáticos estão cada vez mais ativos no espaço das 3 e 4 estrelas, dadas as sólidas perspetivas de crescimento de capital e o crescimento da confiança nas suas capacidades operacionais.

Eduardo Abreu, partner da neoturis, empresa participada pela CBRE, afirma “São boas notícias para Portugal, onde a entrada de grupos com origem asiática já ocorreu com a aquisição dos hotéis Tivoli, sendo que Lisboa e Algarve se encontram no radar de investidores desta região; quer ao nível de hotelaria de cidade quer de unidades hoteleiras integradas em resorts.” 

Dominic Murray, Diretor transações hoteleiras da CBRE EMEA, comentou: “Verifica-se nas regiões asiáticas uma rápida acumulação de riqueza. De forma a prevenir bolhas imobiliárias em mercados locais, tem existido uma mudança de investimento para o mercado internacional. Ao mesmo tempo, há uma diversificação na seleção de classes de ativos”.

O interesse asiático em hotéis europeus fica ainda a dever-se a tendências de crescimento de viagens de origem asiática e ao custo de capital relativamente baixo.

Jileen Loo, Diretor do Asia Desk da CBRE Hotels explica que “Os investidores asiáticos têm uma perceção real do crescente apetite dos seus mercados locais por viagens internacionais, numa altura em que as economias nesta região – lideradas pela China – são desviadas do fabrico para a exportação em direção a um modelo baseado no consumo, que envolve despesas e mobilidade. Este cenário confere-lhes a confiança necessária para minimizar os riscos e assegurar preços competitivos”.

“O custo dos empréstimos para grupos asiáticos tem sido favorável, com juros que se situam entre os 2,5% e os 4%. Quem conta com um histórico credível e com excelentes classificações de crédito tem naturalmente reunidas as condições para conseguir taxas mais favoráveis face a quem pede crédito pela primeira vez. É mais importante ter em consideração as flutuações cambiais. As empresas que precisam de pedir empréstimos esperam geralmente uma margem entre 200 a 300 pontos base acima do custo do empréstimo para justificar o investimento no mercado internacional”.

No que respeita ao nível geral de investimento em hotéis europeus, a CBRE Hotels estima que 2015 fechou transações de volumes superiores a 20 mil milhões de euros, sendo assim um ano recorde. O aumento do investimento no setor fica a dever-se parcialmente ao crescente apetite da Ásia. No entanto, espera-se que o volume do investimento em 2016 seja idêntico ao de 2015 – e não superior – dadas as estratégias de longo prazo adotadas pelos investidores asiáticos e o consequente impacto que têm na disponibilidade de stock.

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