20 abril 2012

Retalhistas continuam a expandir o seu negócio

A edição de 2012 do estudo “How Global is the Business of Retail?” da CBRE, aponta que os retalhistas expandiram os seus negócios para um vasto leque de mercados em 2011, tendo 74% dos países em análise registado a entrada no mercado de pelo menos um novo retalhista durante o ano transato.


A presença total de retalhistas aumentou 2,1%, à semelhança do ano anterior, demonstrando que os retalhistas continuam a expandir os seus negócios internacionais, apesar do ambiente de instabilidade económica.


O estudo anual da CBRE, publicado pelo quinto ano, analisa a presença global de 326 dos maiores retalhistas mundiais em mais de 200 cidades, para identificar tendências na expansão do mercado global de retail a nível nacional e local. De acordo com o estudo, Londres recupera a primeira posição, com 55,5%, após ter partilhado o topo da tabela com o Dubai no ano passado.

Portugal. No mercado português, Lisboa encontra-se na posição 38 do ranking mundial de cidades mais atrativas para a entrada de novos retalhistas, e o Porto a posição n.º 81 num universo aproximado de 200 cidades.

Carlos Récio, Diretor de Agência de Retail da CBRE Portugal, comenta: “O mercado mantém ou melhora o dinamismo verificado no ano anterior, o que se traduz nas posições alcançadas em termos globais. Gostaríamos de realçar as zonas Prime de Lisboa, que continuam a contribuir de forma muito significativa para os resultados apresentados, nomeadamente no segmento de luxo, onde registamos uma procura acentuada por parte de insígnias internacionais e nacionais”.

No restante ranking Nova Iorque (43,9%) mantém a terceira posição, enquanto que Moscovo (43,7%) sobe na tabela, resultado dos novos participantes no mercado durante 2011, para partilhar com Paris (43,7%) a quarta posição, à frente de Hong Kong (40,5%).

A Cidade do Kuwait (39,5%) também merece destaque, com uma subida para a oitava posição desde o 12º lugar ocupado no ano passado. As restantes posições do top 20 incluem uma combinação de mercados tradicionais e mercados emergentes, o que dá uma indicação do nível efetivo de globalização do negócio internacional de retail.

Quando analisamos os países mais procurados pelos retalhistas globais, o Reino Unido mantém a primeira posição dos rankings seguido de perto pelos Emiratos Árabes Unidos (53,1%) e pelos Estados Unidos (50,3%). Espanha ocupa a quarta posição (47,5%) seguida de perto pela China (47,2%), com França e Alemanha (46,9%) ambas em sexto lugar nos rankings. Rússia (44,5%), Itália (43%) e Arábia Saudita (41,1%) completam as restantes 10 primeiras posições.

Os retalhistas norte-americanos são de longe os mais globais, com 73% dos inquiridos presentes nas três regiões (Europa, Médio Oriente e África; Ásia Pacífico e Américas), comparativamente a 44% dos retalhistas europeus e 23% dos retalhistas da região Ásia Pacífico.

Londres é o destino número um para os retalhistas americanos, com 64,7% a operar com pelo menos uma loja nesta cidade. Seguem-se Dubai (61,2%) e Cidade do Kuwait (49,3%) que ocupa a terceira posição.

Peter Gold, Diretor do Departamento de Cross-Border Retail da região EMEA da CBRE, comenta: “Os retalhistas de moda norte-americanos estão a expandir os seus negócios além-fronteiras com renovado vigor e concentram-se cada vez mais na Europa, explorando o elevado êxito da entrada de conhecidas marcas nos últimos anos. Uma série de outros nomes, deverão marcar presença nos próximos anos.”

O estudo da CBRE quanto à quantidade de aberturas de novas lojas no ano passado revela que a Europa foi a região mais procurada em termos de cidades, sendo responsável por 48% das novas entradas. Seguem-se Médio Oriente e Norte de África com 22%, e Ásia com 14%. América do Norte, Pacífico e América Latina atraíram 8%, 6% e 1% respetivamente.

Almaty, no Cazaquistão foi de longe a nova cidade mais procurada no ano passado, com 18 novas entradas de retalhistas. Tal deveu-se essencialmente a grandes melhorias a nível de infraestruturas, à disponibilização de novos espaços de centros comerciais e à chegada, em 2010, do Grupo Inditex, que opera marcas como Zara, Pull & Bear, Massimo Dutti e Bershka, e que encorajou outros novos concorrentes no mercado. Há ainda outros fatores, onde se incluem o crescimento dos níveis médios de rendimento, grandes melhorias a nível de infraestruturas e a participação nas Uniões Aduaneiras com a Rússia e a Bielorrússia.

As cidades da Europa de Leste de Moscovo (11 novos retalhistas), Kiev (9) e Varsóvia (6) também foram destinos fundamentais em 2011, dado que os retalhistas concentraram os seus planos de expansão nos mercados com as economias mais sólidas e com maiores perspetivas de crescimento.

Peter Gold acrescentou: “Em resposta à contínua incerteza económica, os retalhistas mostram mais flexibilidade na abordagem ao mercado europeu. No passado, as entradas no mercado tendiam a seguir o modelo de uma flagship store em Londres, seguida de expansão dentro do Reino Unido, passando depois à abertura de mais lojas próprias em França e na Alemanha.

Embora Londres continue a ser o principal destino, os retalhistas globais estão mais interessados em abordagens multicanal, na exploração da tecnologia do comércio eletrónico em mercados como a Escandinávia, onde se regista uma forte taxa de utilização do comércio on-line, ou na adoção de uma estratégia de comércio grossista em mercados como Alemanha, onde predominam os grandes armazéns.

“Os retalhistas reagem ao aumento da concorrência criando novos conceitos e suscitando entusiasmo através de flagship stores que dinamizam a sua visibilidade. Por seu lado, isto gerou como que um ressurgimento do comércio de rua em zonas prime. Não sendo notícia de primeira página, mas igualmente importante, tem sido o ressurgimento das ruas principais como um ambiente viável em vários países da Europa de Leste – nomeadamente Polónia e Croácia – que têm sido dominados pelos centros comerciais até agora.”

Fonte: CBRE Portugal

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