Os caminhos até aqui trilhados e que antecedem a utilização das MLS, apontam primariamente para a vantagem da captação (angariação) imobiliária em regime de exclusividade e para um aconselhamento profissional do cliente vendedor na fixação de preços de venda mais razoáveis e ajustados aos valores de mercado.
As MLS trazem maior transparência no relacionamento entre os profissionais imobiliários, fomentam a cooperação entre agências imobiliárias, aumentam o nível e padrão de serviço prestado aos seus clientes e permitem um apoio continuado no processo de compra, venda e aluguer (arrendamento) de imóveis.
As MLS são ainda um instrumento de auto - regulação e uma fonte estatística credível, da maior utilidade para os operadores do mercado imobiliário. Em recentes declarações à comunicação social, Beatriz Rubio e Ricardo Sousa (responsáveis pelas principais redes de Franchising em portugal) apontam nesse caminho de parceria e maior profissionalização do setor e para uma meta de, até final deste ano, serem criadas as condições para a concretização de uma rede de informação nacional que disponibilize dados credíveis sobre preços de transação, localização e tipologias dos imóveis em comercialização.
É nos momentos mais conturbados que emergem as lideranças que apontam os novos caminhos da mudança. As MLS, a exemplo das cadeias globais da moderna distribuição no mercado imobiliário, são caminhos que independentemente dos estágios evolutivos, irreversíveis.
O futuro constrói -se caminhando, aprendendo e reaprendendo. Foi assim que as redes de franquia imobiliária globais desenvolveram sistemas de trabalho e modelos de sucesso, testados e aperfeiçoados em diferentes mercados e territórios.
Aqui no Brasil, continuamos a partilhar a dura batalha para esticar o PIB atentos ao cenário internacional. Este ano, Dilma Rousseff já escutou de Angela Merkel que a Europa vai manter a austeridade total, de Hu Jintao que a economia chinesa está em processo de desaceleração e de Obama muita prudência quanto à recuperação da economia norte-americana.
Mesmo assim, a cruzada governamental para reduzir a dívida pública como proporção do PIB e levar as taxas de juro brasileiras a níveis internacionais, prosseguiu.
A regulação macroprudencial dos bancos, a capitalização da banca pública e diminuição dos spreads bancários por via concorrencial, foram alguns dos instrumentos utilizados. Em reação a essa política, “spin doctors” têm-se dedicado nos últimos dias, a produzir declarações nos principais veículos de comunicação social, com o objetivo de convencer a opinião pública de que o caminho escolhido vai irremediavelmente afastar o investimento estrangeiro.
Em Relações Públicas, “spin” é uma conhecida forma de comunicação, em que prescritores apresentam publicamente a sua leitura de um facto, procurando manipular a opinião pública a favor ou contra uma determinada figura pública ou as suas políticas.
Ruchir Sharma do Morgan Stanley, Michael Shaoul da Marketfield Asset Management, Mark Mobius do fundo Templeton e operadores do Bovespa que pediram anonimato, uma estratégia “spin” também utiliza quase sempre fontes não identificadas, foram “spin doctors” de uma primeira fase de uma estratégia de comunicação, que tem por único objetivo lançar na opinião pública a ideia, de que o governo brasileiro está a interferir em demasia na economia e nos mercados financeiros e que isso desagrada aos investidores estrangeiros.
Quanto ao mercado imobiliário, também muito recentemente o FMI (Fundo Monetário Internacional) veio alertar para o perigo da “bolha imobiliária”. Quanto ao FMI, depois da experiência de 2008, sabemos que seus alertas quanto a “bolhas imobiliárias” valem o que valem.
Recorde-se que nos meses que antecederam o colapso, os “responsáveis” do FMI diziam estar tudo indo bem. Por outro lado, o crédito imobiliário como proporção do PIB mantém-se baixo (5,8%), a inadimplência (“mal parado”) imobiliária é cerca de 25% da inadimplência geral e o deficit habitacional mantém-se num nível muito elevado”.
Não é possível negar que persistem no mercado imobiliário “bolsas inflacionistas”, particularmente em grandes cidades como Rio de Janeiro, S. Paulo e Brasília; que poderá ocorrer no futuro uma subida nos juros e no desemprego e que isso poderá trazer problemas. Mas a manter-se um cenário de razoabilidade na concessão de crédito imobiliário, a estrita utilização desses recursos financeiros para financiamento da aquisição de “casa própria” e não para fins especulativos, a tendência geral para uma mais lenta subida dos preços dos imóveis, fica afastado no curto e médio prazo, o perigo de uma “bolha imobiliária.
Por Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário
Fonte: Casa Sapo
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