É bom recordar que os elevados números do primeiro trimestre de 2012 apontavam para um verdadeiro desastre no mercado imobiliário nacional, por força das entregas em dação por parte das famílias e dos promotores imobiliários. Felizmente, tais previsões não se concretizaram.
O “recuo” deve-se também à resposta que o sector financeiro foi dando ao problema do incumprimento dos créditos, pelo reconhecimento crescente da importância que a renegociação com os clientes de risco tem, comparativamente com soluções mais radicais e insensíveis que apenas geram um aumento de ativos indesejáveis.
Quando no primeiro trimestre de 2012 o aumento verificado face a idêntico período de 2011 foi de 74%, como na altura alertei publicamente, pairou sobre todos nós o espectro do colapso do sector. Felizmente, nos trimestres seguintes tais números foram descendo, estabilizando, ainda em alta, mas já não numa subida tão desastrosa.
Registe-se, no entanto, que muitos dos imóveis entregues em dação para pagamento de créditos são oriundos da promoção imobiliária, o que justifica o arrefecimento do mercado que ainda se verifica. A situação não é fácil mas este arrefecimento foi travado e não foi tão acentuado como se temia, evitando-se um congelamento fatal.
Nesta matéria, o ano de 2012 terminou melhor do que começou, mas ainda há muito a fazer, em 2013, para aquecer um pouco o sector.
Luís Lima, Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP
Fonte: APEMIP
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