“Um angariador produtivo, após completar a sua formação profissional gera, em média, mais de cinco mil euros por mês”, defende o director-geral da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa. Para isso, basta que seja proativo, ambicioso e goste de trabalhar por objectivos, defende o seu homólogo da ERA, Miguel Poisson, que, sem arriscar números, diz que o que se aufere “é variável. Depende da dinâmica e do perfil do vendedor”.
Mas para ter sucesso, o consultor tem de ter “vontade”. Vontade de aprender, evoluir e ter sucesso. “Os restantes 90% são trabalho”, diz o director-geral da Predimed, Miguel Ribeiro, admitindo que as vantagens de os consultores gerirem o seu tempo e de poderem ganhar muito dinheiro muitas vezes não é suficiente para quem não aufere um salário fixo, o que se explica pela alta taxa de desistência.
Na realidade económica e financeira actual, o recurso a profissionais imobiliários é um factor chave, porque “actualmente o processo de compra e venda de uma casa obriga a uma sólida experiência neste tipo de transacções. É o caso de conhecimentos sobre o mercado local e outras competências técnicas”, situação que também joga a favor dos comerciais, defende Ricardo Sousa.
De acordo com o profissional, o número de empresas de mediação imobiliária tem diminuído em Portugal. Mas o de angariadores tem aumentado, porque, “apesar de não existirem dados fiáveis sobre o número destes profissionais, muitas mediadoras juntaram-se a outras, passando a assumir esse papel”. Por exemplo, a Remax, através das fusões e aquisições intrafranchisadas, conseguiu a optimização de algumas equipas comerciais.
Em 2012, esta rede registou um ajuste na ordem dos -10% no número de vendedores imobiliários face a 2011. “Mas o ano passado, o número era idêntico ao de 2008 (data do início da crise), mantendo a média dos últimos anos. O que significa que a Remax tem mantido cerca de 2500 angariadores, informa o CEO da Remax, Beatriz Rubio, sublinhando que este ano a perspectiva é para manter ou aumentar ligeiramente.
Na opinião de Miguel Ribeiro, “havia agentes a mais na mediação, apenas e só porque era um mercado em alta, logo, disfarçava-se muito a falta de profissionalismo e também da consistência dessas pessoas”.
Recorde-se que de 2008 a 2012 fecharam cerca de metade das quatro mil imobiliárias que existiam em Portugal. Neste momento, as mediadoras consultadas pelo i estão a apostar no reforço das suas equipas comerciais. A Predimed pretende recrutar este ano 150 comerciais e a ERA 500. Já a Century 21 vai procurar integrar ainda este semestre mais 150 profissionais desta área.
Fonte: iOnline
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