06 abril 2013

Condomínios começaram a ter "dívidas incobráveis" devido à crise


O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC), Vítor Amaral, afirmou que a crise originou dívidas incobráveis, que eram inexistentes há três anos e que têm aumentado progressivamente.

"Sempre tive muitas ações em tribunal, mas não tinha uma única situação incobrável. Com esta crise, desde há três anos para cá já tenho vários casos", admitiu o dirigente, que está no setor há 19 anos.

Na véspera do 1º Congresso Nacional de Condomínios, Vítor Amaral explicou tratar-se de pessoas que "não têm por onde pagar (...), não trabalham, não têm um carro, não têm bens penhoráveis".

Os apartamentos estão já na posse do banco, onde foi pedido o crédito, ou pertencem a outra pessoa, disse.

Quando o apartamento ainda é propriedade da pessoa tende a haver uma hipoteca por "um valor superior ao valor real" da casa, cujo valor da venda "vai todo para o credor hipotecário, deixando os outros sem nada", indicou.

Na empresa do dirigente da APEGAC somam-se dois milhões de euros de débitos vencidos e desse total metade deu origem a ações judiciais.

"O condomínio é sempre a última coisa que se paga, porque não há uma consequência direta e imediata", ao contrário da falta de pagamento da luz ou da água, reforçou.

No 1.º Congresso Nacional de Condomínios, a realizar no sábado, em Lisboa, Vítor Amaral previu o anúncio pelo Instituto da Construção e do Imobiliário (INCI) da aprovação da regulação da atividade "muito em breve".

"Esta é uma atividade que não está regulamentada e que envolve muita gente: cerca de 60 a 70% vive em propriedade horizontal, em condomínios", notou o responsável à Lusa.

Fonte: Dinheiro Vivo

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