26 março 2014

Estrangeiros compraram 4,2 mil milhões de imóveis nos últimos 15 anos


Alemanha, Reino Unido, Holanda e Estados Unidos foram os principais mercados de origem deste investimento no nosso país. Afastados nos últimos anos, os investidores internacionais voltaram ao mercado nacional em 2013.

As contas foram feitas pela Cushman & Wakefield (C&W) no seu Guia de Investimento Imobiliário em Portugal, desenvolvido em parceria com a firma de advogados Uría Menéndez-Proença de Carvalho, e apresentado na passada quarta-feira durante a Semana da Reabilitação Urbana Lisboa 2014.

De acordo com o documento, desde a adesão de Portugal ao Euro em 1999, foram investidos em Portugal 4.200 milhões de euros de capital estrangeiro na compra de imóveis, num total de 150 ativos adquiridos. A Alemanha, o Reino Unido, a Holanda e os Estados Unidos, além da França e da Espanha, foram os principais investidores estrangeiros em imobiliário português na última década e meia, sendo o retalho o principal alvo, com os centros comerciais de grande e média dimensão a destacarem-se, além dos edifícios de escritórios de maior volume de investimento, nomeadamente acima de 20 milhões de euros.

A consultora explica que Portugal esteve nos últimos 15 anos “muito presente nas intenções de investimento de alguns dos mais importantes investidores internacionais”, que procuravam “diversificação do risco e retornos superiores aos dos mercados mais maduros, num país que oferece segurança, transparência e menos concorrência”. De facto, o investimento estrangeiro em imobiliário português só não foi superior devido à reduzida dimensão do mercado, que “por vezes, não foi capaz de oferecer produto suficiente em volume de investimento, qualidade e dimensão para satisfazer toda a procura que então se registava”.

Mas nos últimos cinco anos, os investidores estrangeiros afastaram-se de Portugal, sobretudo devido à crise económica e à imagem do país no panorama internacional. Conforme explicava Eric van Leuven, Managing Partner da C&W durante a apresentação do estudo, “Portugal foi, até 2007, um destino preferido para muitos investidores de vários países, pelas rentabilidades mais elevadas que noutros países europeus, e riscos relativamente reduzidos. Tudo mudou depois de 2008”, afastando o interesse dos investidores estrangeiros do mercado nacional, sobretudo devido “às dramáticas alterações no cenário económico que afetaram a Europa e em particular Portugal”, refere o relatório.

O cenário começou contudo a mudar no último ano, com o regresso do capital estrangeiro ao imobiliário nacional, um mercado que registou transações de 322 milhões de euros, mais que triplicando o volume negociado em 2012.

”É gratificante ver que desde há 6 meses para cá, há mais interesse, mais capital disponível das fontes tradicionais mas também dos mais oportunísticos, com bolsos mais fundos e requisitos mais exigentes”, sublinhou Eric van Leuven, dando ainda nota de que o dinamismo é também notado nos investidores nacionais.

Fonte: Público

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