O mercado de investimento imobiliário comercial totalizou aproximadamente 24 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2012 (T1 2012), o que representa uma queda de 31% na atividade em comparação ao último trimestre de 2011 e uma queda de 18% face ao T1 de 2011, posicionando os resultados ao nível do primeiro trimestre de 2010.
Em Portugal o facto da terceira avaliação da 'troika' ao programa de assistência, considerar que o país “está no bom caminho da recuperação económica”, trouxe de volta algum ânimo e confiança aos investidores como destino de investimento.
“Nestes primeiros três meses do ano temos recebido propostas de investimento maioritariamente de family offices, mas também de investidores institucionais, e iremos concluir importantes operações durante o segundo trimestre. Dados que demonstram alguma melhoria no setor, mesmo que subsistam alguns desafios”, conclui Francisco Horta e Costa, Diretor de Capital Markets da CBRE.
A região dos Países Nórdicos foi uma exceção ao abrandamento generalizado da atividade de investimento imobiliário na Europa, com um aumento de praticamente 50% na atividade durante o primeiro trimestre de 2012, por comparação ao primeiro trimestre de 2011.
A região continua a ser a favorita entre os investidores imobiliários avessos ao risco, e não deixa de ser interessante referir que a atividade distribuiu-se uniformemente pela região, subindo em termos anuais nos mercados nórdicos mais pequenos da Noruega, Dinamarca e Finlândia. A Noruega registou uma atividade excecionalmente elevada durante o primeiro trimestre de 2012, no valor de 2,2 mil milhões de euros, revelando-se o mercado mais ativo e ultrapassando a Suécia, por tradição o mercado com maior liquidez.
Jonathan Hull, Diretor do Departamento de Capital Markets da região EMEA da CBRE, comenta: “Os mercados nórdicos estão cada vez mais ativos – as finanças públicas são favoráveis por comparação ao resto da Europa, como o são as perspetivas de crescimento económico.
A solidez dos fundamentals do mercado impulsionou um aumento do número de compradores estrangeiros interessados em entrar na região. A Suécia mantém-se um destino fundamental para muitos investidores e verificamos um aumento de interesse noutros mercados nórdicos.”
Depois do grande investimento registado na região em 2011, o primeiro trimestre de 2012 registou níveis baixos de atividade de investimento imobiliário na Europa Central e de Leste (CEE). Durante o primeiro trimestre de 2012, a atividade de investimento imobiliário na região totalizou 901 milhões de euros.
Contudo, o interesse por parte dos investidores mantém-se forte relativamente a ativos imobiliários de qualidade, particularmente em mercados core, como a Polónia, onde se verificou a maior parte da atividade de investimento imobiliário na Europa Central e de Leste neste trimestre.
O mercado da Europa Central e de Leste é fortemente impulsionado por um reduzido número de transações de elevado valor que podem causar grandes flutuações nos resultados trimestrais do investimento. Presentemente, a falta generalizada de financiamento por via de empréstimos, à exceção do financiamento para os ativos de melhor qualidade, frequentemente de maior dimensão, agrava a questão. Juntamente com a aversão ao risco generalizada entre os investidores imobiliários, o resultado é o aumento da discrepância entre necessidades e produto disponível.
Zos Tromp, Diretor do Departamento de Research & Consulting da Europa Central e de Leste da CBRE, acrescenta: “Num contexto de procura de segurança e financiamento imobiliário limitado, o objetivo dos investidores imobiliários ativos na Europa Central e de Leste vira-se cada vez mais para o segmento superior do mercado, onde se procuram ativos com características de “troféus”. Como se constatou em 2011, tal causa grandes flutuações no fluxo de transações na região.
Consequentemente, o primeiro trimestre de 2012 parece posicionar-se no extremo inferior da escala. Contudo, com base num forte pipeline de transações pendentes, especialmente na Polónia e República Checa, o fluxo de transações deverá aumentar relativamente aos níveis do primeiro trimestre, o que poderá causar uma subida significativa dos níveis de atividade ainda este ano.”
Apesar de ter registado um abrandamento moderado (-9%), por comparação ao primeiro trimestre de 2011, França apresentou um abrandamento significativo na atividade de investimento imobiliário durante o primeiro trimestre de 2012, comparativamente ao quarto trimestre de 2011 (-74%). É de salientar que este mercado tem sido particularmente sazonal nos últimos anos, com quedas similares do quarto para o primeiro trimestres em cada um dos três últimos anos.
Fonte: CBRE
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