15 maio 2012

Negócio imobiliário do Estado deu prejuízos de 65,5 milhões

A Parpública, holding do Estado, perdeu 65,5 milhões de euros no negócio imobiliário no ano passado. Os prejuízos registados em 2011 representam um agravamento significativo face à perda de oito milhões de euros apurada em 2010.

Os resultados da Sagestamo, a principal empresa de imobiliário do grupo estatal, refletem a degradação da conjuntura do mercado português de imobiliário, marcada pelas crescentes dificuldades na comercialização, mas também pela desvalorização dos ativos. A carteira de imóveis da Sagestamo, avaliada em 1,3 mil milhões de euros, registou perdas de 67 milhões de euros resultantes da perda de valor de mercado.

Em 2011, a Sagestamo comprou imóveis ao Estado no valor de 15 milhões de euros, o mais baixo desde 2006, mas o seu balanço acusa o elevado esforço financeiro na compra de património público nos últimos anos. A dívida atinge os 1,2 mil milhões e só em juros a empresa teve de suportar no ano passado 73 milhões de euros. A Parpública assumiu uma emissão de papel comercial de 300 milhões de euros e realizar novos empréstimos à sua participada para a área imobiliária. Por sua vez, a Parpública teve que pedir uma garantia ao Estado para renovar financiamentos de 620 milhões de euros no quadro do programa de gestão do programa de património imobiliário do Estado. Até 2010, a Parpública comprou centenas de milhões de euros de imóveis públicos, contribuindo com receitas extraordinárias para o défice do Estado.

A Sagestamo tinha no ano passado 285,4 milhões de euros de imóveis para a venda, mas o grosso do seu património está concentrado em projectos de reconversão e requalificação imobiliária, cujos activos estão avaliados em 575 milhões de euros. E este é um segmento de “maior complexidade técnica e de mercado e de enorme rigidez e desequilíbrio financeiro”, sublinha o relatório e contas da Parpública. As vendas ascenderam a 77 milhões de euros, mas parte reflete contratos assinados em anos anteriores. O valor das vendas contratadas em 2011 caiu 18%. Já a receita com rendas mais do que duplicou, fixando-se em 44 milhões de euros.

Fonte: Dinheiro Vivo

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