Este tipo de construção engloba aspectos, como o impacto ambiental dos materiais, o consumo de água, a utilização do solo, o conforto dos ocupantes e o custo global do edifício. “É apenas pela conjugação entre todos estes aspectos que um espaço pode ser reconhecido pela sua sustentabilidade”, esclarece ao i, o presidente de direcção da associação iiSBE Portugal, Luís Bragança.
Os investidores imobiliários têm vindo a demonstrar maiores conhecimentos e interesse sobre este tema, de tal forma que, de acordo com um estudo da CBRE, “ViewPoint: Valuing Sustainable Buildings”, 60% dos executivos de 80 empresas multinacionais estudadas estão dispostos a pagar rendas mais elevadas por espaços que apresentem elevados índices de sustentabilidade. O mesmo estudo concluiu que 90% das empresas analisadas consideram que as especificações ambientais são factores “bastante importantes” ou “muito importantes” na escolha do espaço.
Segundo a directora de administração de imóveis da CBRE Portugal, Ondina Melo, “estamos no bom caminho”, contudo, enfatiza a importância da existência de uma legislação adequada e ajustada, para pressionar o sector imobiliário a adoptar práticas neste sentido.
Para responder à necessidade de operacionalização do conceito têm sido de-senvolvidos e aplicados vários sistemas de avaliação deste tipo de construção. A nível internacional, é o caso da BREEAM e do LEED. Já a nível nacional, temos o sistema LíderA, desenvolvido pelo departamento de engenharia civil e arquitectura do Instituto Superior Técnico.
O sistema português já reconheceu em projecto e certificou 1200 fogos no sector residencial e seis mil camas no sector turismo entre classes B e A+, três escolas A e várias superfícies comerciais B e A. “Ainda estamos longe de edifícios sustentáveis de forma forte A++”, explica o responsável pelo sistema LíderA, Luís Pinheiro. E acrescenta que “o conceito de sustentabilidade no edificado e nas zonas urbanas está a percorrer o seu caminho espinhoso”, porque, no geral é compreendido, mas “não é ainda prática dominante”.
“É importante referir que o planeamento urbano sustentável não depende apenas dos edifícios, estando também relacionado com aspectos de mobilidade, lazer, espaços verdes, etc.”, sublinha Luís Bragança. Desta forma a iiSBE Portugal está a colaborar com um projecto que pretende desenvolver uma metodologia de avaliação da sustentabilidade de operações de planeamento urbano.
A certificação energética é apenas uma das dimensões da sustentabilidade, mas segundo o presidente da ADENE, Filipe Vasconcelos, é uma forma de “disseminar a certificação ambiental”. O Hotel Areias de Seixo é exemplo de edifício sustentável, assumindo o conceito desde a sua criação, em 2010. Dá especial ênfase à eficiência energética, às energias renováveis e ao aproveitamento pelos recursos naturais. O sistema de compostagem é o que representa maior benefício económico para o hotel: cerca de quatro mil euros anuais.
Fonte: iOnline
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