29 junho 2012
Imobiliárias saúdam medidas que retirem imóveis do mercado
O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) considerou hoje ser «positivo» retirar do mercado casas para vender, mas garantiu que a oferta está longe de satisfazer a procura nos arrendamentos.
Em comentário ao lançamento do mercado social de arrendamento, que vai incluir 800 imóveis numa acção conjunta entre Governo e bancos, Luís Lima afirmou que a nível comercial «tudo o que seja retirar imóveis ao mercado é positivo».
«A medida só peca pelo número, que é muito pequeno para a dimensão necessária», comentou o responsável, acrescentando serem precisos entre 60 a 70 mil imóveis no mercado para adequar a oferta à procura.
Prova da desadequação, segundo o presidente da APEMIP, são os preços que não descem e que se mantêm iguais nos centros e nas periferias das cidades.
O responsável referiu que as pessoas com baixos rendimentos tiveram oportunidade de recorrer ao crédito para comprar casas e que na crise «foram os primeiros a cair, com pouquíssima protecção».
Num estudo da APEMIP, metade das pessoas admitia que arrendavam casas com valores superiores aos que podiam pagar, citou Luís Lima, que justificou, assim, as dificuldades no cumprimento de compromissos.
Para Luís Lima, as rendas nos imóveis da periferia deviam ser inferiores entre 30 a 40% por cento em relação aos praticados nos centros das principais cidades.
«Deviam ser mais baratos e quando são iguais é um sinal de que o mercado não está bem», comentou.
O dirigente da APEMIP explicou que os imóveis do mercado social vão incluir casas construídas à volta do Porto e de Lisboa para pessoas que eram financiadas a 100 por cento pelos bancos e que deixaram de poder pagar as prestações.
Com a falta de publicação da reforma legal do arrendamento urbano e do diploma sobre os incentivos fiscais, Luís Lima testemunha que o «mercado está a sentir o impasse e a falta de decisão».
O mercado social de arrendamento junta os principais bancos privados portugueses e a Caixa Geral de Depósitos, associados ao Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).
Os imóveis em causa saem das mãos das entidades bancárias e são colocados no mercado de arrendamento com rendas pelo menos 30 por cento abaixo do valor de mercado.
Fonte: Lusa/SOL
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.