A compra de casas para investimento tem aumentado gradualmente e este é, sem dúvida, um indicador de que o mercado está otimista e acredita na valorização deste produto nos próximos meses. Mas há outros indicadores que vão nesse sentido. De acordo com o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, publicado pelo Banco de Portugal, referente ao mês de Dezembro, verificou-se a manutenção das condições praticadas no que diz respeito à concessão de crédito à habitação.
No entanto, na projeção para os próximos três meses, prevê-se que a procura de empréstimos para a aquisição de habitação altere de novo o valor das casas, sendo que algumas instituições falam ainda na manutenção e outros num ligeiro aumento na concessão de crédito.
Contudo, na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o banco Santander Totta destaca o aumento de crédito à habitação concedido este ano, que demonstra a retoma na compra de casa por parte dos portugueses. Assim, no primeiro trimestre deste mês a produção de crédito à habitação nesta instituição bancária registou um crescimento de 75,2%, face ao período homólogo, e reduzindo o ritmo de descida da carteira. De acordo com António Vieira Monteiro, presidente executivo do banco, registou-se, “nos primeiros três meses do ano, um desenvolvimento generalizado da sua actividade comercial. O crescimento no crédito às empresas e na produção do crédito à habitação, a par do aumento dos depósitos e dos recursos fora de balanço, revela bem a confiança que o mercado tem em nós, e o nível de compromisso que o banco tem com os seus clientes”.
Quanto ao valor das casas verifica-se que decresceu durante o ano de 2014, como reflexo da condição económica do País. Assim, nos últimos anos, os valores de avaliação bancária têm vindo a ajustar-se à realidade sócio-económica, traduzida em traços gerais por uma contínua instabilidade no mercado de trabalho e no poder aquisitivo das famílias, numa hesitante confiança no mercado e na prolongada restritividade bancária.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre Janeiro de 2011 a Dezembro de 2014, o valor médio do segmento residencial rondou os 1.044 euros/m2. Comparando os valores médios de avaliação bancária, em termos homólogos, denota-se um decréscimo dos mesmos durante o ano de 2012 e até meados de 2013, com oscilações positivas em 2014.
No que concerne a variações homólogas, em 2012 até Janeiro de 2014 registaram-se decréscimos nos dois tipos de habitação. Tendência essa ligeiramente invertida a partir de 2014.
Entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2014, as regiões que apresentavam valores médios de avaliação bancária mais elevados eram Lisboa, Madeira e Algarve.
artigo publicado no caderno Imobiliário na Vida Económica de 15/05/2015
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