A torneira do crédito está praticamente fechada. Conseguir financiamento para comprar casa é tarefa quase impossível, a menos que o imóvel que se pretende esteja no balanço das instituições financeiras. Nestes casos, é fácil. No Santander consegue-se até mais dinheiro do que o que é preciso para comprar a habitação, já que este banco propõe-se a financiar 110% do valor de venda.
Há meia dúzia de anos, não só era relativamente fácil contrair crédito para adquirir casa nova, como era prática comum as instituições "oferecerem" um valor superior ao desejado. Com a crise, isso acabou. Mas o Santander "ressuscitou" a estratégia, apresentando no seu "site" de "oportunidades" acesso a um financiamento superior ao do valor da casa.
Crédito? "Até 110% do preço de venda" do imóvel, lê-se na publicidade da instituição, na página online criada especificamente para imóveis que o banco tem no balanço, não estando ao alcance de todos os clientes. "O 'até' significa que esse é o limite máximo, não uma percentagem fixa e aplicável a todos os clientes.Depende do perfil de risco, da capacidade de reembolso", esclarece o banco.
Mas para que o financiamento chegue a 110% é necessário "também a verificação de uma outra condição: o financiamento total tem de ser inferior a 95% do valor de avaliação do imóvel", acrescenta fonte oficial ao Negócios. Na generalidade das instituições, o financiamento dos imóveis em carteira é de 100% da avaliação, sendo que este não pode superar a totalidade do valor de venda do mesmo.
"O diferencial de, até 10% acima do preço de venda, destina-se a permitir ao comprador fazer pequenas obras no imóvel ou cobrir os custos de aquisição (IMT, custos de escritura e de registo)", destaca fonte do Santander. Ou seja, o comprador vê financiados mais alguns milhares de euros em impostos (que irá pagar ao longo do empréstimo). Já o banco acelera a venda dos imóveis.
Enquanto o Santander financia, a CGD dá. O banco do Estado marcou a diferença há uns meses ao oferecer as obras, ou o "recheio" da casa, nos seus imóveis. E agora volta a diferenciar-se dos demais bancos com uma campanha para tornar ainda mais célere o processo de venda de imóveis que tem no balanço para que estes não continuem a ser um fardo para a instituição.
"Na aquisição de uma casa do Grupo Caixa (...) oferecemos-lhe todos os impostos e demais encargos exclusivamente relacionados com o processo de compra", lê-se no "site". Assim, IMT, Imposto de Selo sobre escritura e o financiamento custam zero. Também a comissão de estudo, avaliação, preparação de minuta, e os serviços "Casa Pronta" estão isentos, mas só se a casa for da CGD.
As condições vantajosas praticadas nos imóveis do banco não se cingem ao ato da compra. Existem também no decorrer do financiamento. As "promoções" nos spreads aplicados aos créditos para a compra desta casas são a face mais visível, sendo sobejamente inferiores aos apresentados nos precários dos bancos. Os mais baixos rondam, em média, 3%. Mas nestes casos, as instituições chegam a cobrar apenas 1%.
Fonte: Negócios
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