28 dezembro 2012
Compra de imóveis de luxo diminuiu cerca de 10% em 2012 face ao ano passado
Este ano nem os imóveis de luxo escaparam à quebra de vendas, apesar deste segmento contrariar a tendência tradicional de redução de transacções como é característico nesta época de crise.
“Estima-se uma ligeira descida na venda das casas de luxo na ordem dos 10%”, afirma o sócio da Garvetur (agência imobiliária, sedeada no Algarve), Reinaldo Teixeira. De acordo, com o administrador da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa, esta descida deve-se apenas ao tempo que demoram a ser vendidos. “O tempo médio de comercialização destes imóveis tem aumentado significativamente nos últimos meses, ultrapassando actualmente os 14 meses.
Ao mesmo tempo, “verificam-se menos transacções desta tipologia durante este ano”. Mas Reinaldo vai mais longe. Na sua opinião, a instabilidade económica e respectiva incerteza financeira, assim como as recentes medidas fiscais sobre estes imóveis, não motivam os investidores. Por seu lado, lembra que as oportunidades que o mercado disponibiliza, ao oferecer preços mais competitivos, podem atrair e motivar potenciais investidores, principalmente estrangeiros. “Todavia, embora esta equação (custo fiscal/ oportunidade do preço actual) seja efectuada, teme-se que provoque um abrandamento deste segmento de mercado por mais algum tempo”, sublinha. O profissional acrescenta ainda que “é muito importante que as entidades a quem compete legislar adicionem factores facilitadores que motivem e atraiam o investimento.”
Para 2013, as perspectivas mantêm-se, “embora a decisão do governo de conceder autorização de residência aos estrangeiros que adquirirem imobiliário em Portugal possa vir a despertar interesse e trazer benefícios ao país”, lembra o profissional. “Julgo que gradualmente esta realidade será ultrapassada, já que a oferta disponível também não é muito baixa, pois a construção parou e a comercialização é concretizada, ainda que a ritmos mais baixos, o que faz com que o stock esteja a ser escoado, sendo este um dos principais factores para se iniciar a valorização.”
Para Ricardo Sousa, as condições naturais, as infra-estruturas e a história de Portugal são cada vez mais valorizadas a nível internacional. Angola, Brasil, Rússia, França, Bélgica, Reino Unido e recentemente a China são os países que mais se têm mostrado interesse em Portugal, nomeadamente pelo Algarve e pela Silver Coast. “São clientes bastante informados e que identificam claramente a oportunidade de comprar hoje no país. Apesar da estabilidade de preços neste mercado específico, existem actualmente excelentes oportunidades que noutros momentos nem estariam em comercialização”, diz Ricardo Sousa.
Na experiência da Remax, a procura de imóveis de luxo é baixa, mas no conjunto não registaram qualquer quebra significativa. Para o ano, esperam manter o mesmo número de imóveis vendidos, “não obstante ser de esperar uma redução do preço médio praticado”, afirma a CEO da empresa, Beatriz Rubio. Contudo, lembra que nos imóveis de luxo a questão do financiamento não é relevante, uma vez que os clientes já dispõem dos meios financeiros sem recurso ao crédito. “Temos registado um aumento das vendas a pronto pagamento”, finaliza.
Fonte: iOnline
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