O concelho de Loures, vizinho da cidade de Lisboa, beneficia da proximidade da capital na procura e venda de habitação. A confirmação desta realidade é dada pelos responsáveis de duas mediadoras imobiliárias que atuam no concelho que, adiantam, continua a ter procura e a concretizar muitas das operações, especialmente nas freguesias Sacavém, Prior Velho e Unhos. Contudo, também, em freguesias próximas do centro do concelho de Loures há procura, embora mais direcionada para o investimento, tendo com destino o mercado de arrendamento.
Na opinião de Cláudia Ferreira, gerente da ERA Sacavém, “neste momento há mais oferta, mas continua também a haver procura de casa, tanto para primeira habitação, como de investimento”. Na sua opinião, a melhor zona é o corredor entre Sacavém até à Ameixoeira, onde “continuamos a fazer vendas, com recurso a crédito, embora só alguns parceiros financeiros é que conseguem fazer financiamento”.
Para Cláudia Ferreira o facto de os promotores estarem mais sensíveis a descer os preços (em média as quebras atingem 30%), “permite uma relação negocial diferente com os parceiros financeiros”. Curiosamente, para a ERA Sacavém, os contratos de arrendamento tem um pequeno peso no volume de negócios da agência.
Para Vanessa Soares, diretora da agência RE/MAX Actual, que atua na freguesia de Loures, verifica-se “uma grande oferta de casas, mas também temos procura, especialmente de investidores”.
Na sua opinião, “a procura de bons negócios” nota-se, especialmente, com as tipologias mais pequenas, com preços de 40 a 50 mil euros”, e que depois são colocadas no arrendamento, cujos valores de renda também estão em queda.Segundo Vanessa Soares, o facto de haver bastante oferta faz com que os promotores estejam mais sensíveis à negociação para a redução dos preços.
Seis anos para escoar oferta
O concelho de Loures apresenta, atualmente, uma oferta de habitação significativa, mas cujo ritmo de venda permite estimar que o escoamento da oferta seja feito durante os próximos seis anos. Assim, de acordo com os dados da Confidencial Imobiliária (CI), o concelho de Loures tem para venda 3249 fogos, sendo que cerca de mil frações estão localizadas na freguesia de Loures. Em média o número de fogos transacionados anualmente, de acordo com a estimativa da CI, ronda os 1200 frações.
A oferta de frações de habitação reparte-se, em parte significativamente iguais, em fogos novos e usados, nas várias freguesias do concelho de Loures. Curiosamente, na cidade de Loures, sede do concelho, os fogos novos atingem os 62%.
Quando analisamos a estrutura da procura verificamos que, na freguesia de Loures, os fogos novos, com 55%, são os preferidos, enquanto, no resto do concelho, se verifica que são os usados que levam preferência.
A existência de alguns centros urbanos a necessitar de obras de reabilitação levou a autarquia a criar duas ARU (Áreas de Reabilitação Urbana), a de Moscavide e a de Sacavém. Pretendem, assim, promover a reabilitação de edifícios, infraestruturas e de equipamentos, em zonas antigas destas freguesias, travando o declínio demográfico destas zonas e valorizando o seu património cultural e económico. A Câmara de Loures tem disponíveis incentivos e apoios aos proprietários e titulares de outros direitos, que realizem obras de reabilitação, dotando os edifícios de boas condições de utilização e funcionalidade. Trata-se de incentivos financeiros e fiscais como a redução de 80% nas taxas municipais; isenção de taxas relativas à utilização do domínio público municipal; dedução à coleta, em sede de IRS, de 30% dos encargos suportados, até ao limite de 500 euros, bem como o apoio, em balcão técnico específico, para a montagem do modelo operacional da reabilitação.
Autarquia investe na renovação do espaço público
De acordo com as informações fornecidas pela autarquia de Loures, há mais de uma década que estão a intervir no espaço público, através da construção de novos equipamentos ou da reabilitação dos já existentes. “A ampliação do Parque da Cidade de Loures, a construção do Parque Urbano da Portela, a introdução de novas valências no Parque Municipal de Montachique e no Parque Urbano de Santa Iria de Azóia, a reabilitação do Parque Municipal Major Rosa Bastos ou a construção de novas vias são apenas alguns exemplos daquilo que se tem vindo a fazer por todo o concelho”, de acordo com as informações prestadas.
Atualmente estão a decorrer algumas intervenções, que contam com a colaboração e empenho das respetivas juntas de freguesia. É o caso do novo espaço de lazer no Bairro Belo Horizonte, do parque infantil de Fanhões, do parque infantil da rua de Goa, em Santa Iria de Azóia, da remodelação do mercado de Vale Figueira, São João da Talha, da remodelação do espaço de lazer no bairro Solcasa e do espaço de estadia, da Chamboeira, em Bucelas. Ao longo deste ano a autarquia tem previsto um conjunto de outras intervenções cujos projetos estão em fase de preparação. Um exemplo de uma intervenção, através do Decreto – lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, foi a reabilitação da antiga casa e armazém Camilo Castelo Branco, em Bucelas - como se pode ver na imagem - que vai acolher o Museu do Vinho, homenageando assim esta região vinícola.
Fonte: Público
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