Segundo a última edição Snapshots Portugal, publicada pela Cushman & Wakefield referente ao primeiro trimestre de 2015, a economia portuguesa deverá manter a tendência de crescimento ao longo do ano, com as últimas estimativas a apontarem para um crescimento do PIB na ordem dos 1,3%, maioritariamente impulsionado por um aumento do consumo privado e do investimento das empresas. Por sua vez, o volume de vendas a retalho manteve a sua trajetória de evolução positiva no início do ano, com o valor de Janeiro a registar um crescimento de 2,2% em comparação com o ano anterior.
O mercado imobiliário de retalho beneficiou ao longo do ano passado das previsões otimistas para a economia, verificando-se uma procura sustentada por parte de retalhistas locais e internacionais. As transacções no mercado imobiliário de retalho em Portugal atingiram no primeiro trimestre, 206 milhões de euros com o retalho de rua a registar uma forte dinâmica, principalmente na Avenida da Liberdade e Baixa/Chiado em Lisboa e na zona dos Clérigos no Porto, onde a oferta se mantem reduzida, o que se reflete em rendas mais elevadas. Os principais centros comerciais regionais mantêm também uma procura estável.
No setor de escritórios verificou-se um aumento de procura por parte de ocupantes no 1º trimestre de 2015, com valores de absorção superiores ao período homólogo de 2014. As taxas de desocupação continuam a reduzir e começa a haver alguma escassez de escritórios modernos e de qualidade. Alguns dos projetos que foram adiados no passado poderão avançar agora embora sujeitos a contratos de pré-arrendamento. No 1º trimestre o volume de arrendamentos aumentou em 70% para 29.360 m2, em relação ao período homólogo de 2014, com 68 transações, potenciado por alguns negócios de grande dimensão como a Worten que ocupou 4.085 m2 no edifício Suécia (Zona 6).
Quanto ao setor industrial, no 1º trimestre do ano, manteve-se em crescimento, principalmente devido a um aumento das exportações. No que se refere à procura no mercado imobiliário, as expetativas apontam para um aumento gradual, potenciado por uma postura comercial agressiva por parte dos proprietários em termos de incentivos concedidos a ocupantes futuros. Importa no entanto salientar a crescente falta de instalações de qualidade, devido a uma ausência de construção nova nos anos recentes, e que poderá limitar a procura efetiva. As instalações logísticas e de armazenagem são as mais procuradas, com uma tendência crescente por parte dos ocupantes em consolidar instalações num só local; por vezes através da compra de instalações obsoletas com objetivos de renovação, beneficiando assim dos valores baixos de mercado.
Relativamente ao mercado de investimento, este retrata a tendência de retoma do mercado imobiliário, com o aumento do interesse por parte dos investidores em todos os setores. No primeiro trimestre do ano foram transacionados um total de € 266 milhões em ativos de imobiliário comercial, representando este valor já cerca de 40% do volume transacionado ao longo de todo o ano de 2014.
A maior procura por parte dos investidores resultou numa revisão em alta dos preços, tendo-se verificado uma quebra generalizada das yields prime de referência, entre os 50 e os 125 pontos base nos últimos 12 meses. No primeiro trimestre de 2015, este indicador situava-se nos 6% em escritórios e em centros comerciais, 5,75% no comércio de rua e 7,50% em industrial.
Os Snapshots Portugal, publicados trimestralmente pela Cushman & Wakefield, resumem a atividade dos setores de escritórios, retalho e industrial em cidades-chave, analisando tendências recentes, bem como dados de mercado e o seu impacto no setor imobiliário comercial.
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