06 fevereiro 2013

Jovens casais procuram habitação no Bairro da Mouraria


A Loja ERA Graça vendeu, em Janeiro, três prédios para investidores nacionais destinados à reabilitação. A segurança da zona é agora uma realidade.

O projeto da Câmara Municipal de Lisboa para a requalificação da Mouraria, iniciado em 2011, permitiu devolver o bairro lisboeta à população, atraindo um número cada vez maior de jovens casais e investidores nacionais e estrangeiros que compram prédios e apartamentos na zona.

De acordo com Elsa Ferreira, franquiada da loja ERA Graça, a conclusão de algumas das obras de reabilitação do espaço público, das infraestruturas e dos arruamentos, permitiram que, especialmente, a partir de meados de 2012 se começasse a sentir uma maior procura de casas por parte de pessoas que querem viver no Bairro da Mouraria. Na sua opinião, “são casais jovens que estão à procura da primeira habitação, e investidores nacionais e estrangeiros, que compram para reabilitar e colocar no mercado do arrendamento”. Curiosamente, no caso dos estrangeiros, a aposta vai na reabilitação de prédios para o arrendamento temporário.

De acordo com Elsa Ferreira, “em Janeiro vendemos três prédios a investidores”. Acrescenta que, no último semestre de 2012, na zona da Mouraria vendemos uma média de dois imóveis por mês”.

Na sua opinião esta situação é conseguida porque, a partir de meados do ano, a ERA Graça identificou o potencial desta nova zona de Lisboa, que devido aos investimentos públicos e privados deixou de ter um estigma de abandono, com prédios devolutos, para ser uma zona onde as pessoas querem morar.

“Começamos a trabalhar de forma mais regular, incentivamos os consultores que trabalham na zona a identificarem o seu potencial, e os resultados foram muito mais angariações e mais vendas”, adianta Elsa Ferreira. Os preços médios dos apartamentos reabilitados rondam entre os dois mil e os 2500 euros o metro quadrado (m2), enquanto preço médio dos imóveis para reabilitar é de 800 mil euros.

A reabilitação da zona permitiu torná-la mais segura, que na opinião de Elsa Ferreira, também é conseguido porque agora “vê-se mais polícia na zona”.

Investimento de 12 milhões

O projeto público “Mouraria: as cidades dentro da cidade”, lançado em Outubro de 2011, visa a requalificação do edificado, do espaço público e da vida social deste bairro lisboeta. Esta iniciativa inclui as intervenções no âmbito do cruzamento de financiamentos dos programas municipais BIP/ZIP (Bairros de Intervenção Prioritária) e PIPARU (Programa de Intervenção Prioritária nas Áreas de Reabilitação Urbana) e de um projeto aprovado pelo QREN (plano de Ação da Mouraria), num montante global de doze milhões de euros (oito da CML e quatro do QREN, que comparticipa os projetos no seu âmbito em mais de 40%), e que conta ainda com iniciativas dos privados.

As intervenções iniciaram-se com a requalificação do espaço público entre o Largo Adelino Amaro da Costa (Caldas) e o Largo do Intendente e travessas adjacentes, passando pelos Largos da Severa, da Achada e dos Trigueiros e pelas Ruas do Regedor, Marquês de Ponte de Lima e do Benformoso. No âmbito de outros programas municipais, são reabilitados oito edifícios municipais de habitação (com 36 fogos) e a Igreja de São Lourenço (contígua ao Palácio da Rosa), adaptado o Mercado do Chão do Loureiro a silo automóvel e zona de comércio e lazer, criado um parque infantil e sénior na Rua do Capelão e revitalizada a Praça do Martim Moniz.

Até ao primeiro trimestre de 2013 deverão estar ainda concluídas outras intervenções no âmbito do plano de ação QREN, de reabilitação do edificado e de instalação de novos equipamentos, como a criação do Centro de Inovação da Mouraria (que albergará uma incubadora de empresas, no Quarteirão dos Lagares), de espaços destinados a atividades com jovens e com idosos (no Largo dos Trigueiros e na Rua da Guia) e do Sítio do Fado na Casa da Severa (Largo da Severa).

Fonte: Público

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