03 março 2013

Prémio Nacional de Reabilitação Urbana recebeu 37 candidaturas


São 37 os projetos candidatos ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, um número que a organização da iniciativa considera bastante positivo para uma primeira edição. “O balanço não poderia ser melhor. É um volume de projetos excelente para uma iniciativa que dá agora os primeiros passos”, começa por referir Arturo Malingre, diretor do prémio. “Além disso, temos que destacar a diversificação das candidaturas, quer em termos de localizações quer em termos de usos. Temos projetos de Lisboa, Porto, Guimarães, Tavira, Braga, Albergaria-a-Velha, Arganil ou Pinhel; e podemos encontrar, entre os candidatos, hotéis, moradias, edifícios de apartamentos, comércio, escritórios, um cineteatro ou um centro de artes”. 

Após a primeira fase de candidaturas, que terminou a 15 de Fevereiro e que foi seguida de um processo de validação por parte da organização, inicia-se agora a fase de entrega dos dossiers detalhados dos projetos candidatos, um período que decorre até 8 de Março. As candidaturas serão depois analisados pelo Júri, com base neste documentos, conhecendo-se os vencedores a 3 de Abril num jantar de gala no Porto, integrado na Semana da Reabilitação Urbana, que se celebrará na cidade Invicta entre os dias 3 e 10 de Abril.

Uma organização conjunta da Vida Imobiliária e da Promevi, o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana – Reabilitar, Renovar e Regenerar foi lançado com o objetivo de discriminar positivamente os rojetos de reabilitação urbana que estão a contribuir para a regeneração das cidades portuguesas, para o seu desenvolvimento económico e para a melhoria de vida das suas populações, distinguindo, simultaneamente, os agentes que se empenham em promover estas mudanças. 

O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana tem uma periodicidade anual, decorrendo neste momento a sua 1ª edição. Serão premiados projetos de reabilitação urbana nas áreas residencial, comercial, turística, de serviços e ainda de projetos com impacto social. Os vencedores serão decididos por um painel de jurados que integra cinco personalidades de referência em Portugal, nomeadamente André Jordan, presidente do grupo André Jordan; António Tomás Correia, presidente do conselho de administração do grupo Montepio Geral; Augusto Mateus, presidente da Augusto Mateus & Associados; Luís Lima, presidente da APEMIP e presidente da CIMLOP e Gonçalo Byrne, fundador e presidente Gonçalo Byrne Arquitetos. 

A iniciativa é apoiada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, bem como pela Schmitt+Sohn Elevadores, Aguirre Newman, Adene e Revigrés, contando com os apoios institucionais do INCI, APEMIP, AICCOPN, AECOPS e APRUPP. O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana tem como jornal oficial o Público, o portal oficial é a CASASAPO e conta ainda com os apoios das revistas Impulso Positivo, Confidencial Imobiliário e Arqa.

Conheça, de seguida, seis projetos que concorrem ao prémio.

Cidadela de Cascais
Trata-se de um projeto do grupo Pestana que envolveu a renovação da Cidadela de Cascais, uma fortificação estratégica datada do século XVI. Em resultado desta renovação, a Cidadela passou a integrar uma nova Pousada de Portugal, a Pousada de Cascais, classificada como histórica. O espaço tem como objetivo ser uma das principais âncoras turísticas do concelho de Cascais. O programa de reabilitação incluiu a valorização das pré-existências, reutilização de parte dos edifícios, da recuperação e integração das muralhas no projeto, procurando transformar as contingências em pontos de interesse, em factores distintivos da identidade desta unidade, o que não é despiciendo atendendo à proximidade ao centro histórico, à demais oferta de alojamento turístico. Com projeto de arquitetura assinado pelos arquitetos Gonçalo Byrne e David Sinclair, aos trabalhos de construção da renovação da Cidadela de Cascais foram assumidos pela construtura Soares da Costa.

Cineteatro Alba
Um elemento marcante de Albergaria-a-Velha, o Cineteatro Alba apresentava marcas visíveis de deterioração, decorridas do peso do anos e da sua considerável utilização. A autarquia renovou este imóvel de fruição cultural datado de 1950, devolvendo à cidade um dos seus espaços mais emblemáticos e agregadores. O projeto arquitetónico de reabilitação é da autoria de Rui Rosmaninho e previa o restauro e preservação de elementos de valor arquitectónico, estético ou construtivo; a remodelação profunda das áreas existentes e a ampliação do edifício, com construção de raiz, esta última pensada para não provocar impactes visuais ou ambientais negativos. A frontaria do edifício foi preservada, sofrendo apenas obras de restauro. A sala de auditório foi mantida mas sofreu uma profunda remodelação interior. Com quatro pisos, o edifício ficou dotado de condições para apresentar uma programação regular e transversal aos diversos públicos. A obra foi executada pela Lucios Engenharia e Construção.

São Sebastião 
O prédio, localizado no Centro Histórico do Porto – Travessa de São Sebastião - estava totalmente devoluto e em estado avançado de degradação. O projeto de reabilitação deste edifício de 2 pisos elevados e um térreo implicou a divisão em nove frações com tipologia T0, com 3 apartamentos em cada piso. A área de implantação do edifício é de 122 m2 e o logradouro estava ocupado com construção sem qualidade, tendo o edifício sido anteriormente alvo de alterações construtivas também no interior com materiais completamente diferentes dos originais. A intervenção pretendeu atualizar o valor do ativo, mantendo as duas fachadas, recuperando os elementos de valor e eliminando os elementos dissonantes existentes. Os apartamentos integram um hall de entrada, wc, sala e cozinha. A fachada principal será recuperada o mais possível e a fachada a tardoz será a mais alterada, já que é também a que tem mais elementos dissonantes, O promotor da obra é a Benardi, sendo o projeto de arquitetura da Floret Arquitectura e a construção a cargo da Traço Ideal. 

RCRB86
Localizado na Rua Capitão Renato Batista nº78 a 86, na freguesia dos Anjos, em Lisboa, este edifício reabilitado pela UrbanSpace foi construído originalmente em 1913. O edifício foi totalmente reabilitado para fins residenciais, sendo composto por três apartamentos T2+1, um loft T3 e um apartamento T4 Duplex, além de estar completamente modernizado em termos de infraestruturas e equipamentos, incluindo a instalação de um elevador. A fachada original, integralmente de azulejo, com apontamentos arte nova, foi preservada. Com arquitetura da Appleton e Domingos Arquitetos e construído pela Tetrapod, esta reabilitação teve como objetivo melhorar o desempenho do edifício, a manutenção do seu caráter e a criação de uma nova unidade para acomodar sobretudo a exigências técnicas e de infraestruturas da vida moderna. No caso do edifício da Rua Capitão Renato Baptista foi possível reabilitar o edifício aproximando-o do desempenho de um edifício moderno, preservando o seu carácter modesto mas cuidado de ‘gaioleiro’.

Casa Dom Hugo
Com vistas sobre a Ponte D. Luís, este edifício localiza-se na Rua Dom Hugo, no centro Histórico do Porto, e foi recuperado para a função de habitação unifamiliar T2. O edifício encontrava-se em mau estado de conservação, sendo a alvenaria de granito a única estrutura passível de ser recuperável e reutilizável. A intervenção possibilitou a recuperação da ruína em que se encontrava o edifício, ampliando-se o volume existente na cobertura de modo a viabilizar a introdução de dois quartos no espaços das águas furtadas. A cave passou a ser a zona mais pública da casa com a cozinha, sala de estar e jantar, estas com acesso direto ao jardim. O piso do rés-do-chão, ou seja o piso da entrada, pretende ser um piso de transição entre o piso da cave e o piso mais privado, piso 1 onde ficam situados os quartos. No logradouro foi projetado um terraço, que prolonga o espaço interior para o exterior. Com assinatura da Floret Arquitetura (c/ Hugo Neves), a Casa Dom Hugo é de J. Oliveira Martins e foi construída pela Rielza.

Atelier des Créateurs 
Localizado no nº 95 da Rua José Falcão, no Porto, este edifício de início do século XX que até 2006 acolheu a sede da Associação Cristã da Mocidade, foi reabilitado para a instalação de uma unidade de confecção artesanal e semiindustrial para cerca de 50 postos de trabalho. No piso térreo, ficam as áreas de apoio aos funcionários e as áreas de produção que implicavam a utilização de equipamentos mais pesados e de maior dimensão, enquanto nos 1º e 2º pisos se localizam as áreas centrais de produção, organizadas em open space para permitir a leitura total da sua volumetria e do trabalho decorativo existente. Apesar da mudança funcional evidente procurou manter-se os componentes fundamentais do sistema construtivo encontrado neste edifício, incluindo: elementos estruturais em alvenaria de granito e madeira, revestimentos/elementos decorativos em estuque e madeira, ou a escadaria nobre. O projeto de arquitetura é de Nuno Valentim, Frederico Eça e Paola Monzio com Maria Ana Sousa Coutinho. O promotor é o Atelier des Creáteurs e o construtor é a Adolfo & Filhos.

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.