06 março 2013

Vendas de ocasião movimentam mercado imobiliário de Lagos


Os emigrantes são os melhores clientes das casas com preços baixos que colocam no arrendamento sazonal mas, especialmente, destinam a residência de férias.

A compra de casas por parte de emigrantes, destinadas especialmente a residência de férias, é, na opinião de alguns mediadores, um dos segmentos com bastante procura no mercado de habitação de Lagos. Contudo, a procura recai, especialmente, sobre apartamentos e moradias que apresentam “preços de ocasião”, ou seja, que resultam sobretudo do crédito malparado dos bancos.


Na opinião de Fátima Borges, responsável da imobiliária Golden Properties de Lagos, “os emigrantes, que vivem sobretudo em países como a Bélgica, Suíça e França, procuram quintas, moradias e apartamentos entre os 120 a 150 mil euros, às vezes mais”. Na sua opinião, os investimentos feitos pelos emigrantes destinam-se especialmente a residência de férias, contudo, em alguns casos, são colocados no arrendamento sazonal. “Temos casos em que os emigrantes querem a casa para férias e durante o resto do ano fica fechada, outros veem a aquisição como investimento e procuram rentabiliza-lo”, diz.

A procura incide, assim, sobre o imobiliário usado constituído por frações detidas pelos bancos, que apresentam preços com desconto e garantia de financiamento. Segundo Fátima Borges, em dez imóveis vendidos, oito são frações usadas.

Opinião semelhante tem o funcionário da imobiliária Mirotour. Na sua opinião, o que se “está a vender são apartamentos e casas com preço de ocasião”. Adianta, “vende-se os imóveis dos bancos e as pessoas aproveitam para comprar casas de férias, que depois arrendam no período de Verão”. E os anúncios nos sites de imobiliário alertando para esta situação são muitos: “negócio de ocasião por desinvestimento na área, preço final de T2, com 163 m2, no melhor da Marina de Lagos, por 85 mil euros”.

Curiosamente, embora a tendência seja de quebra de preços, entre 20% a 30%, há zonas do concelho de Lagos em que os apartamentos apresentam um tendência de valorização, que tem a ver com a maior procura nessa zona e a escassez de casas para venda. É o caso da freguesia de São Sebastião, onde em Setembro um T3 novo custava 185 mil euros e em Fevereiro uma tipologia com as mesmas caraterísticas custava já 195 mil euros.

O número de casas em oferta para venda no concelho de Lagos é, no total, de 660, de acordo com os dados da Confidencial Imobiliária (CI). São Sebastião, uma das duas freguesias urbanas que constituem a cidade de Lagos, tem, neste momento, para venda 380 frações, sendo que 62% são fogos novos. Curiosamente, no total do concelho, o peso das casas usadas é maior, cerca de 43,5%, mas, mesmo assim, ainda inferior à percentagem de casas novas disponíveis, que atinge os 56,5%.

Segundo os dados do CI, no último ano foram transacionados 513 fogos no concelho, que significou um tempo de absorção médio de 16 meses. Assim, o tempo de escoamento médio previsto para a atual oferta é de 2,2 anos. Na freguesia de São Sebastião foram vendidas 277 frações, sendo que a procura de casas novas está em sintonia com a oferta. No resto do concelho a procura de casas usadas é superior, contudo, o que se nota é que existem mais casas novas. Ou seja, a oferta e a procure encontrem-se desajustadas.


0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.