17 abril 2013

Estrangeiros procuram casas típicas para reabilitar no concelho de Loulé


São casas típicas algarvias, térreas e algumas com pequenos terrenos agrícolas em redor. Custam em média entre 50 a 70 mil euros, mas há mais baratas. “Por 26 mil euros, com três assoalhadas, 48 m2, em Benafim; por 37 mil euros, em Sobradinho em Alfeição, para recuperar; e por 47 mil euros, casa rústica, em Boliqueime”. Estes apenas alguns dos anúncios dos sites das mediadoras imobiliárias a atuar no concelho de Loulé.

António Ribeiro, da RE/MAX Ria, explica que os estrangeiros, “quase só franco-suíços, os que andam de autocaravana a percorrer o Algarve, procuram estas casas baratas que depois recuperam como podem”. 

Na sua opinião, a procura incide sobre produtos baratos, e as que vão mais depressa são as que apresentam condições de habitabilidade. “Isto porque as obras são para se ir fazendo pelos próprios”.

Na opinião de António Ribeiro, o Algarve é, atualmente, a escolha para os casais de reformados do Norte da Europa, que nos últimos anos escolhiam o Norte de África ara comprar uma segunda habitação e passar os anos de reforma. A falta de segurança desses países permite que a escolha recaía agora sobre o Algarve.

Os mediadores que se dedicam a este nicho de mercado conseguem vender, em média, três casas típicas por mês. Casas estas que são características especialmente das zonas interiores do litoral algarvio.

Investimentos no interior

Os investimentos levados a cabo pela autarquia de Loulé permite que as freguesias interiores tenham, atualmente, condições mais atrativas para habitar.

De acordo com fonte da autarquia, no interior do concelho, o grande investimento em termos de renovação do espaço público passou pela reabilitação urbana de duas aldeias tipicamente algarvias: Alte e Querença. “Em Alte, com o objetivo de valorizar aquela que já foi considerada uma das mais típicas aldeias de Portugal, a câmara investiu seis milhões de euros no plano de reabilitação, que se revestiu de especial importância em termos de criação de infraestruturas de saneamento básico e rede viária e de equipamentos nas áreas do ambiente, turismo, cultura e educação, bem como da requalificação e espaços públicos considerados ex-líbris da aldeia”. 

No total, foram 24 as ações levadas a cabo nesta localidade, das quais se destacam a criação de acesso e arranjo do espaço envolvente à Queda do Vigário, criação de um anfiteatro ao ar livre na Fonte Grande, construção de Biblioteca e polo museológico, construção de recinto para jogos tradicionais, arranjos em vários arruamentos e melhorias ao nível do saneamento básico. “Estas intervenções deram uma nova vida à aldeia que atualmente é um dos pontos mais visitados pelos turistas que procuram, no interior, uma alternativa ao turismo de sol e praia”, esclarece.

Já no caso de Querença, a intervenção passou pela redefinição do Largo da Igreja, com a criação de calçada, com pedra natural, em toda a área que circunda a igreja, valorizando o que existe de mais tradicional na região, condicionamento da circulação automóvel e estacionamento. Por outro lado, foram criadas zonas de sombra, com bancos e esplanadas de apoio aos restaurantes e recuperadas as fachadas das casas e edifícios existentes no Largo da Igreja de Querença, muitos deles com grande importância histórico-patrimonial, sendo esta uma forma de preservação da memória coletiva.

Investimentos na renovação da cidade de Quarteira

Quarteira foi uma das zonas do litoral algarvio que ficou marcada durante anos por uma imagem bastante negativa, em termos urbanísticos e do espaço público, em virtude do crescimento acelerado e da pressão imobiliária.

Contudo, hoje em dia, a cidade de Quarteira é completamente diferente, afirma a autarquia. “Fruto de um trabalho concertado, mas em que a Câmara Municipal de Loulé teve um papel fundamental, Quarteira é hoje uma cidade moderna, equipada, ampla, com avenidas amplas, que oferece já um conjunto de equipamentos de grande qualidade e que proporciona aos seus cidadãos um elevado nível da qualidade de vida”, adianta fonte da autarquia.

A criação da segunda fase do Calçadão, a erradicação do antigo bairro dos pescadores (durante anos uma mancha negra entre Quarteira e Vilamoura), a criação de espaços verdes como o Jardim de S. Pedro do Mar e o embelezamento das rotundas nas avenidas principais são alguns dos exemplos desse trabalho realizado.

Já no caso de Loulé, destaca-se a remodelação do Largo Dr. Bernardo Lopes e Praça da República, em pleno coração da cidade, que proporcionou uma imagem renovada e uma nova funcionalidade a um dos principais pontos comerciais, onde se encontram edifícios emblemáticos como o mercado municipal, os paços do concelho ou a universidade.

Em termos de edifícios públicos a autarquia procedeu à requalificação do mercado municipal, um ex-líbris do turismo louletano, garantindo melhores condições para comerciantes e visitantes - uma obra que foi distinguida com o Prémio Turismo de Portugal, na categoria Cidades, atribuído pelo Turismo de Portugal - e à reabilitação do Cine-Teatro Louletano, uma das principais casas de espetáculo do Algarve e um edifício de grande valor patrimonial.

A autarquia refere, ainda, a requalificação da Avenida José da Costa Mealha, principal artéria da cidade, e a reabilitação do Parque Municipal de Loulé, o chamado “pulmão verde” da cidade, tornando-o num local atrativo para a população, num espaço destinado à prática desportiva ou ao puro lazer, bem como às atividades culturais, garantindo todas as condições necessárias para o bom funcionamento desta infraestrutura.

Fonte: Público

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