A Homegrid, uma empresa de construção sustentável, decidiu trazer o conceito para Portugal, contribuindo, assim, para a independência energética e sustentabilidade, do país, nesta matéria.
A Passive House é o mais elevado padrão de eficiência energética a nível mundial: as poupanças energéticas atingem os 75% em comparação com os edifícios convencionais e de acordo com a regulamentação atual. A Homegrid, uma empresa criada pelo engenheiro civil João Marcelino, decidiu trazer e adaptar o conceito para Portugal, contribuindo, assim, para a independência energética e sustentabilidade do país nesta matéria.
A Homegrid desenvolveu e já concluiu os primeiros edifícios com a certificação Passive House em Portugal, duas moradias em Ílhavo.
João Marcelino e João Gavião, ambos da Homegrid, juntamente com Rafael Ribas, são, também, os membros fundadores da Associação Passivhaus Portugal, criada no seguimento da estratégia definida pela Homegrid e pelo Passivhaus Institut para a implementação e desenvolvimento da norma Passive House em Portugal.
João Marcelino explica que o objetivo para implementar o conceito em Portugal passava por construir e certificar os primeiros edifícios Passive House em Portugal, monitorizando a sua performance. O segundo objetivo prendia-se com a criação da associação, que aconteceu em Novembro de 2012.
Conceito Passive House
De acordo com o arquitecto da Homegrid, João Gavião, a “Passive House é um conceito construtivo que define um padrão que é eficiente, sob o ponto de vista energético, confortável, economicamente acessível e sustentável”. Assim, uma Passive House apresenta uma temperatura uniforme, sem grandes variações (temperatura mínima 20ºC e máxima 26ºC) e uma boa qualidade do ar interior (humidade relativa, CO2), contribuindo para o bem-estar e saúde dos seus ocupantes.
Curiosamente refere, que o “acréscimo do custo de construção não ultrapassa, em média, os 5% em relação a uma construção convencional, sendo possível construir a preços correntes. Os custos de operação de uma Passive House são substancialmente mais baixos que um edifício convencional devido às reduzidas necessidades energéticas e de manutenção.
Assim, numa Passive House há uma redução drástica das emissões de CO2, devido à eficiência energética. O conceito Passive House contribui para a proteção climática pela menor dependência de combustíveis fósseis. As baixas necessidades energéticas podem ser facilmente supridas por fontes renováveis de energia.
Alerte-se que existem cerca de 50.000 edifícios Passive House em todo o mundo, sendo que os edifícios Passive House certificados são 5.500, onde estão incluídos os dois edifícios portugueses.
A aplicação da norma Passive House na reabilitação do parque edificado é possível e desejável.
Aposta na formação
A formação é a grande aposta da Associação Passivhaus Portugal, de forma a impulsionar e divulgar o conceito junto de técnicos, projectistas, construtores, fabricantes, investidores e potenciais clientes.
Assim, iniciaram um ciclo de seminários intitulados “Introdução à norma Passive House”, em parceira com as universidades e institutos, realizada já em locais como Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Faro, estando previstas novas iniciativas para em Guimarães, em Setembro, seguindo-se novamente Lisboa.
Com uma duração de 3 horas, dada gratuitamente, este seminário permite introduzir a norma Passive House: os princípios, os requisitos, a adaptação às condições climatéricas em Portugal. Em Setembro está prevista uma formação mais avançada, com a duração de três dias, destinada a técnicos e com a possibilidade de obtenção do Certified Passive House Tradesperson, um curso oficial do Passivhaus Institut.
Em 2014 iniciar-se-á a edição do curso Certified Passive House Designer, destinado a projetistas. Tratase, também, de um curso oficial do Passivhaus Institut. A realização da conferência Passivhaus Portugal, com periodicidade anual, é outra das iniciativas da associação. A primeira Conferência Passivhaus Portugal será realizada em Ílhavo e ocorrerá em Novembro de 2013.
Fonte: Público
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