02 novembro 2013

Imobiliário português: valioso ativo estratégico


O mercado imobiliário português está finalmente a afirmar-se como um vetor estratégico de captação de investimento e de dinamização do crescimento económico, beneficiando de uma crescente procura por parte de investidores portugueses e estrangeiros, que o identificam como uma clara oportunidade de rentabilização dos seus recursos. Tal como já por diversas vezes tive a oportunidade de afirmar, é tempo de reconhecer as potencialidades deste mercado e de pensar na valorização do ativo valioso, que é o nosso património edificado e acabar, de uma vez por todas, com um processo de destruição de valor que não interessa a ninguém, seja ao Estado, aos Bancos, às empresas, aos investidores ou às famílias.


Notícias como o recente anúncio do Banco de Portugal, sobre a necessidade de reavaliar os imóveis da banca, devem ser devidamente enquadradas e explicadas, sob pena de lançarem uma desconfiança generalizada sobre um mercado que, visto pelos investidores externos, só peca pela insegurança institucional e política.

Os números da última Avaliação Geral do Património, concluída em março, que apurou um valor de 236 mil milhões de euros para os bens avaliados, ou seja, 1,4 vezes o valor do PIB, evidenciam claramente as potencialidades deste ativo e a necessidade de adoção de uma visão estratégica, assente na implementação de medidas concretas que permitam tirar o devido partido desta incontornável fonte de riqueza nacional.

A sua importância não pode estar apenas associada às receitas fiscais que todos os anos geram para o Estado, mas sim centrada na preocupação de facilitar a atração de fluxos de investimento para esta área.

Veja-se que numa análise comparativa com qualquer mercado internacional, Portugal é um destino extremamente atrativo, como é possível constatar pelos números do investimento estrangeiro obtido por via dos vistos gold, em que, em menos de um ano, foram captados mais de 118 milhões de euros, ou seja, 83% do total aplicado no nosso País, através deste regime especial, pelo que, reafirmo, há que reconhecer as potencialidades do mercado imobiliário e não persistir numa atitude contínua de desvalorização inconsciente e injustificada. 

Numa altura em que a discussão sobre o Orçamento do Estado para 2014, colhe a atenção de todos, é inconcebível que, de acordo com a proposta do Governo, o desafio de recuperar a economia continue a recair tão-somente sobre os empresários. Cabe agora à Assembleia da República e aos deputados que aí têm assento gerar consensos que permitam a manutenção dos níveis de confiança e das expetativas positivas dos agentes económicos.

Há que apostar no que de melhor temos e é manifesto que o País tem de olhar para o imobiliário português enquanto ativo estratégico valioso e capaz de reanimar a economia nacional e de criar emprego. Domínios como a reabilitação urbana, o arrendamento ou o turismo residencial, são aspetos cada vez mais prioritários, que há encarar como verdadeiras apostas de futuro. Não somos apenas nós que o dizemos, mas é toda a Europa que o reconhece.

Por Reis Campos, Presidente da CPCI - Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário

Fonte: Público

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