15 julho 2013

O que fazer para concorrer aos 500 empregos da Remax em Portugal


Mais que qualificações académicas, a Remax procura uma atitude empreendedora, persistência e determinação.
Com um crescimento surpreendente de 46% na facturação entre Junho de 2012 e Junho deste ano, a Remax quer continuar a crescer. Para isso está a recrutar 500 agentes para a sua rede portuguesa. Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, revela em entrevista ao Capital Humano do ETV que, na hora de recrutar, mais que um grau académico, procura pessoas persistentes, empreendedoras e determinadas.

Como é que possível que, em tempo de crise, a Remax esteja em contra-ciclo e a contratar?
Há quatro factores principais que explicam este fenómeno. O primeiro tem a ver com darmos a maior importância ao capital humano da empresa, desafiando-o permanentemente com provas e levando a diversão ao trabalho. Se quando trabalhamos nos divertimos acabamos por ter resultados muito mais positivos. O segundo factor é termos apostado em mercados alternativos, que surgiram na sequência da crise, como o arrendamento. Um sector que estava muito esquecido e parado em Portugal e que terá que crescer ainda muito mais para adaptar os seus preços ao mercado. É indispensável que haja mais oferta no arrendamento. Em Lisboa, por exemplo, uma casa que esteja disponível é arrendada em menos de 15 dias. Outro dos sectores que trabalhamos são os imóveis da banca que são devolvidos. A banca está muito motivada para vender porque o seu negócio é financeiro e não a venda de casas. Outro factor foi a aprovação da nova lei de capitais estrangeiros, que atribui a nacionalidade portuguesa a um estrangeiro que compre uma casa de 500 mil euros no país. Uma legislação que tem atraído muito capital estrangeiro para o país. Em Espanha, pelo contrário, fizeram muito mal porque ainda não terminaram de regulamentar esta lei. Os restantes países europeus não aplicam esta lei e por isso Portugal está a ganhar.

Quais as nacionalidades que mais compram casas em Portugal?
Brasileiros, cidadãos de países africanos e chineses.

O sector do turismo residencial está também a crescer?
Penso que este sector deverá ser mais incentivado pelo Governo. Porque é uma área em que as grandes imobiliárias poderiam entrar. Mas para isso é fundamental vender Portugal como destino turístico a suecos, nórdicos e escandinavos que adoram vir aos países do Sul da Europa, como Portugal e Espanha. Mas neste caso tem que ser o Governo a promover e divulgar o país.

Estão a recrutar 500 agentes. Que tipo de pessoas procuram?
Para nós o mais importante é a competência e não a formação. Temos agentes na rede com os mais diferentes tipos de formação: advogados, arquitectos, engenheiros e até pessoas sem qualquer formação universitária. Fundamental é ter atitude, persistência, determinação e vontade de triunfar. Porque é nos períodos em que o mercado está mais complicado que as pessoas persistentes e com capacidade de luta ganham.

Porque se distinguem?
Apelo a todas as pessoas com estas capacidades, que confiem em si próprias e saibam que podem triunfar, que entrem numa loja da Remax. Crescemos cerca de 46% em facturação de Junho de 2012 a Junho de 2013. Concorram, façam uma entrevista, vejam se se adaptam. Mas atenção porque este é um negócio em que não há ordenados, mas sim comissões que dependem das vendas. Pode-se ganhar muito dinheiro através de comissões, mas é preciso ter essa persistência e determinação.

Há meses em que se ganha muito e outros em que não se ganha?
Por isso é preciso ter uma boa capacidade de encaixe. Porque pode-se ter um mês maravilhoso, seguido de dois ou três em que não se factura. É essencial saber poupar.

Mas as comissões são elevadas quando comparadas com outra empresas?
Sim. O que resulta de trabalharmos em exclusivo. Obrigatoriamente dedicamos uma verba à promoção do imóvel para que os vendedores não sacrifiquem a sua comissão. Por isso temos 5% mais IVA, metade vai para a loja e metade para o vendedor.

O que é ser bom vendedor?
Antes dizia-se que o bom vendedor era quem sabia falar muito e atraía o cliente. Hoje, acho que um bom vendedor é a pessoa que sabe ouvir para fazer uma óptima avaliação do que o cliente quer e precisa, para não o obrigar a passear pela cidade. Porque vivemos numa cidade muito stressada e ninguém gosta de estar a perder tempo.

Procuram pessoas de todas as idades?
O perfil é muito importante. Tenho que dar os parabéns a este país que é muito empreendedor. É o que nos diz a nossa experiência em Portugal - sou espanhola, mas trabalho aqui há vinte anos. Existem muitas pessoas com perfil muito empresarial, nomeadamente todos as que trabalham na Remax. Não têm medo de arriscar e são muito empreendedoras. Não concordo com a imagem dos portugueses como pessoas que procuram a segurança. Atenção que o trabalho na Remax não dá essa segurança, mas se és bom ganhas dinheiro que te garante toda a segurança. Procuramos este tipo de empreendedores, sem olhar às idades.

E a experiência profissional é importante?
Pode ter experiência no imobiliário ou não. O mais importante é a atitude. Porque antes de entrarem no mercado as pessoas têm dois cursos curtos: técnicas e para aprender toda a documentação necessária e colocar a informação no portal. O mais importante são as características comportamentais, da atitude, e não as competências formais.

Podem concorrer através do site?
Na pagina temos um espaço para recrutamento onde as pessoas se podem inscrever. Depois na escolha a há algumas lojas que fazem testes psicotécnicos e há que passar por duas entrevistas.

Apesar da crise a operação Portugal é a que corre melhor na Europa...
Somos a operação que melhor corre na Europa e a segunda melhor em todo o mundo, logo depois do Canadá. A operação portuguesa chega a estar melhor que a dos EUA. Já recebemos duas vezes o prémio de melhor país do mundo.

Quem entra na Remax Portugal pode ir para trabalhar outros países?
Temos casos de portugueses que estavam na Remax Canadá, que vieram para Portugal e abriram a sua agência. E o contrário também acontece.

Acredita que o sector vai recuperar?
O sector deverá recuperar dentro de dois ou três anos, mas tudo vai depender da estabilidade política. Se há muita instabilidade, quando a economia muda, tudo muda. Não há crise nenhuma, por mais profunda que seja, que dure eternamente. Por isso temos que estar de forma optimista e continuar a trabalhar.

Fonte: Económico

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