23 outubro 2013

Escassez de imóveis poderá travar comércio de rua prime em Lisboa


A escassez de imóveis poderá abrandar a dinâmica registada nos últimos anos no comércio de rua prime na capital portuguesa.

Enquanto, por todo o País, existe um elevado número de lojas devolutas, nas principais artérias de comércio de rua de Lisboa, nomeadamente a Avenida da Liberdade e a Rua Garrett (Chiado), a oferta disponível é muito escassa. 

A Avenida da Liberdade agrega, em toda a sua extensão, quase uma centena de espaços comerciais de frente para a rua, dos quais 7% se encontram atualmente vagos. Já no Chiado, e considerando apenas o eixo com mais procura (que inclui o Largo do Chiado, a Rua Garrett e a Rua do Carmo), só 5% das lojas estão devolutas e nenhuma se encontra na Rua Garrett.

Ao longo dos últimos três anos, observou-se uma dinâmica nestas artérias, com a abertura de um total de 44 lojas. A Avenida da Liberdade é procurada por marcas do segmento alto de artigos de moda e acessórios, muitas das quais abrem nesta artéria a primeira loja em Portugal. No Chiado, a procura é mais abrangente e inclui insígnias de moda do segmento médio e médio-alto, assim como estabelecimentos de restauração com uma oferta diversa.

A procura sustentada e a escassez de espaços para arrendamento nas localizações premium da capital levaram a uma subida de 12,5% no valor das rendas prime ao longo do último triénio, para 90 euros/m2/ mês.

A rotatividade de lojas é muito reduzida nestas artérias e a maioria dos espaços disponíveis que surgem resulta da remodelação de edifícios. As alterações ao Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU), introduzidas há um ano, só deverão ter mais impacto no longo prazo (máximo sete anos), uma vez que a maioria dos lojistas com contratos de Lei Antiga são microentidades e, em muitos casos, o valor máximo de atualização da renda (1/15 do Valor Patrimonial Tributário do imóvel) não se revela muito elevado, pelo que compensa manter a localização. 

É, assim, expectável que a escassez de imóveis disponíveis na Avenida da Liberdade e na Rua Garrett limite a entrada de novos operadores e, num futuro próximo, constitua um obstáculo à dinâmica registada nos últimos anos.

Fonte: OJE

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