Estamos a assistir finalmente a uma inversão na tendência de subida das yields, com o valor dos ativos do imobiliário comercial a começar a decrescer.
Desde o início de 2013 que assistimos a um maior interesse por parte dos investidores, nomeadamente internacionais, por ativos imobiliários em Portugal. Esse interesse (e leia-se também confiança) foi sofrendo ao longo do ano diversos abalos que, resumidamente, relembramos - o pedido de resgate do Chipre e a consequente incerteza sobre o futuro da Zona Euro; o chumbo pelo Tribunal Constitucional de diversas medidas previstas para ajudar a equilibrar as contas portuguesas e cumprir o programa de resgate da Troika; assim como as polémicas mexidas no Governo de Pedro Passos Coelho no início do verão.
Ainda assim, e apesar da incerteza de um segundo resgate ao País, verificamos que o investimento em imobiliário comercial aumentou em Portugal; seja porque há muita liquidez no mercado, porque os ativos atingiram valores muito interessantes ou porque se acredita que o País vai sair em breve da recessão. Em consequência, observámos no terceiro trimestre deste exercício, e pela primeira vez desde o início de 2010, uma inversão na tendência de crescimento/estabilização das taxas de capitalização (yields) prime.
Em Lisboa, esta inversão verificou-se nos segmentos com maior procura, nomeadamente nos escritórios do CBD1 e do Parque das Nações. Estas duas zonas registaram uma descida de 25 pontos-base cada. Tendência que também se registou no segmento do comércio de rua da capital, onde a yield diminuiu 50 pontos-base quando comparada com o trimestre anterior. Acreditamos que a procura vai continuar dinâmica e que as yields possam continuar a descer ao longo dos próximos meses.
Por Cristina Arouca, Associate director na CBRE
Fonte: OJE
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