13 outubro 2013

Vendas de casas subiram pela primeira vez em quatro anos


Vendas de casas subiram pela primeira vez em quatro anos
O número de casas vendidas cresceu 8,7% no terceiro trimestre deste ano quando comparado com os três meses anteriores. “Foi a primeira vez em quatro anos que crescemos na venda de casas”, disse o presidente da Associação de Profissionais e Empresas de Medição Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima. 

No total, foram 25 mil casas vendidas e a maior parte das quais em Agosto que, nos bons momentos do imobiliário, era considerado o melhor mês do ano. “Tivémos um dos melhores verões de sempre no turismo, muitos investidores a comprar para terem vistos gold e também muitos emigrantes a comprar”, disse aquele responsável.

Contudo, apesar de sinais positicos, ainda é cedo para falar de um regresso à normalidade. “O imobiliário é emocional. Em julho, agosto e setembro aumentou a confiança das pessoas e por nisso aumentaram as vendas, mas não me arrisco a dizer que este ano vamos crescer. Até porque, até setembro, venderam-se 72 mil casas, o que ainda é menos 20% que no mesmo período do ano passado”, comentou Luís Lima. Que acrescenta: “Temos de esperar para ver como corre este trimestre”.

Além disso, diz o presidente da APEMIP, o mercado ainda não está a funcionar de forma correta e a prova disso é que há menos casas para vender e as que existem são, na sua maioria, casas que os proprietários entregaram aos bancos que, por sua vez, entregaram às mediadoras.

Sem ser as casas dos bancos, temos pouco mais para vender”, contou Luís Lima , acrescentando, contudo, que tem sido esse negócio a segurar algumas das empresas. Segundo refere, os bancos até já recorrem às mediadoras para venderem as casas antes delas serem entregues pelos proprietários. “Até abril deste ano, os bancos ainda eram adeptos de que os clientes entregassem as casas. Não sei porquê. Mas agora já preferem negociar”, contou.

Para o presidente da associação, esta atitude da banca é boa porque evita o aumento das dações em pagamento e alivia os bancos. O problema, diz, são os imóveis não residenciais. “Os bancos não conseguem vender estes ativos porque os investidores, principalmente os estrangeiros - que são os que têm dinheiro -, querem rendimento e esses imóveis, se foram entregues, é porque não têm rendas suficientes”, explicou o presidente da associação. 

Casas dos bancos estão mais caras
Os bancos estão a recorrer às mediadoras para encontrarem um comprador para as casas que estão prestes a ser entregues por incumprimento, mas a boa notícia, diz Luís Lima, é que estão também menos dispostos a baixar os preços dos imóveis e por isso a comprometer menos o mercado.

“A Caixa Geral de Depósitos e o BES, por exemplo, já não estão a negociar valores ou a vender a preços mais baixos ou mesmo ao desbarato como acontecia muitas vezes com as casas que tinham em carteira. Agora vendem as casas pelo valor que se deve ao banco e isso é bom, é o mercado a funcionar”, referiu.

É por isso que o presidente da APEMIP diz ser contra os leilões das casas dos bancos e principalmente contra o facto das casas que vão a leilão terem financiamento garantido. “Os leilões deviam ser só para quem tem dinheiro vivo”, comentou.

Miami é o nosso maior concorrente
Os chineses estão a dar um grande empurrão ao mercado imobiliário mas para o presidente da APEMIP as empresas não se podem apoiar apenas neles e têm de procurar outros mercados, nomeadamente os brasileiros. O problema é que esses estão todos a ir para os EUA.

“O nosso grande concorrente é Miami e temos tudo para o superar porque, para os brasileiros, Portugal distingue-se pela língua”, reparou Luís Lima. E acrescenta: “Há uma classe brasileira rica que não consegue falar inglês e que querem um destino para fazer férias ou passar a fase final da sua vida. É nesse perfil que Portugal deve apostar”.

Foi por isso que, na qualidade de presidente da comissão organizadora do Salão Imobiliário de Portugal, Luís Lima organizou uma série de encontros entre investidores e até um evento de ‘speed networking’ que juntou 150 investidores, 70% dos quais são portugueses.

Fonte: Dinheiro Vivo

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