30 dezembro 2013

2013. Investimento quase duplica em relação ao ano passado


Vistos Gold são os grandes responsáveis pela retoma do investimento estrangeiro no país.
Apesar de o mercado imobiliário ainda se encontrar estagnado, o investimento neste sector atingiu os 235 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, revela um estudo da Jones Lang LaSalle (JLL), publicado no seu Market Pulse Portugal, referente ao terceiro trimestre de 2013. Os sinais são de recuperação, já que em 2012 o total da atividade de investimento no país foi de 125 milhões.

Ainda que Portugal esteja em crise, a sensação é que "a nuvem negra da saída de Portugal da zona Euro finalmente desapareceu", explica o director de investimento da JLL, Fernando Ferreira, ao que o diretor de investimento da CBRE, Tim Seconde, acrescenta a rápida recuperação e a forte concorrência de outros mercados da moeda única. Mas um dos grandes responsáveis para o aumento do investimento imobiliário está relacionado com o projeto dos vistos Gold - vistos de residência que Portugal oferece a estrangeiros de países não pertencentes à União Europeia para investirem no mínimo 500 mil euros. O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, lembra mesmo que Portugal já atribuiu 388 deste vistos, o que corresponde a um investimento de 242 milhões de euros, valor que, na sua opinião, tende a aumentar.

Até agora, já beneficiaram dos vistos Gold cidadãos de 24 países, com a China a liderar, com 295 autorizações de residência. Destaque também para a Rússia, Brasil e Angola. Luís Lima sublinha que "é importante que estes investidores sintam que é positivo investir no nosso país, porque este sentimento acabará por influenciar outros interessados em encontrar mercados seguros". Fernando Ferreira também considera importante o aumento de confiança em Portugal, mas chama a atenção para os yelds - taxa interna de rendibilidade anualizada de um ativo - praticados no nosso mercado. "Como são superiores aos praticados noutros mercados para produtos comparáveis, permitem aos fundos estrangeiros alavancar as rentabilidades das suas carteiras", explica.

Já para o partner e diretor de investimento da Cushman & Wakefield, Luís Rocha Antunes, os investidores estrangeiros compram porque consideram ser um bom momento para entrar num mercado que "bateu no fundo" e onde há imobiliário de extrema qualidade.

"A boa notícia é que as vendas a estrangeiros estão a ajudar a recapitalizar alguns grupos portugueses", destaca.

Posto isto, a tendência é para que 2014 ainda seja melhor que este ano. "Encontram-se a ser desenhadas algumas operações que poderão atingir os 400 milhões de euros", realça o managing diretor da Aguirre Newman, Paulo Silva. No entanto, Tim Seconde alerta para a falta de produto, que considera ser o principal obstáculo. "Se existisse em Lisboa um estoque de edifícios de escritórios bem arrendados, seriam todos vendidos no próximo ano", enfatiza. Lisboa continua a ser a zona mais procurada pelos investidores por ser o destino de eleição para muitas empresas que procuram espaço para os seus escritórios", finaliza ainda Fernando Ferreira.

Fonte: iOnline

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