05 dezembro 2013

Comércio de rua continua a somar pontos no retalho português


O comércio de rua continua a ter um papel de destaque no imobiliário comercial português, e quem o diz é a Cushman & Wakefield no seu mais recente relatório Business Briefing – Comércio de Rua Lisboa e Porto.

Este estudo é publicado numa altura em que a presença de retalhistas internacionais e nacionais é indiscutível e cada vez maior, nomeadamente nas localizações prime de Lisboa e Porto. Uma procura que tem sido impulsionada por operadores internacionais, que optam por investir em lojas de rua em Portugal, como flagship stores da marca.

Nos últimos 2 anos, de destacar a abertura de grandes marcas do retalho internacional nas ruas portuguesas, como a Cartier, Gucci, Max Mara, MiuMiu ou Penhalta, em Lisboa, ou a Hugo by Hugo Boss, Hoss Intropia, Max&Co ou Diesel no Porto.

A Cushman & Wakefield aditanta que esta evolução positiva se deve, essencialmente, às alterações na lei de arrendamento urbano, que acabaram por aumentar a oferta disponível em mercado aberto, ao aproveitamento de negócios e de preços mais baixos por parte dos lojistas, dada a atual conjuntura económica, e aos bons resultados que Portugal continua a registar no turismo, nomeadamente nos 2 grandes centros urbanos do país.

Assim, a principal oferta de lojas de rua na cidade de Lisboa estende-se desde a Avenida da Liberdade até à zona da Baixa-Chiado, num total de 141.700m2, comparando com os 150.400m2 registados em 2011. Com o fecho de várias unidades para reabilitação, por exemplo, esta oferta aumentou para 845 unidades comerciais.

A Avenida da Liberdade, a Rua Augusta, a Rua dos Fanqueiros, do Ouro, Garret ou da Prata continuam a ser as artérias comerciais mais importantes da capital, concentrando 65% da oferta existente, e 92.800m2. Destaque para a Avenida da Liberdade, onde 72% dos espaços comerciais estão ocupados por operadores internacionais, e que fazem face aos 59% registados em 2011.

Como se tem vindo a verificar, a moda representa 44% da oferta, correspondendo a 61.800m2, menos 6% face a 2011. A restauração é o setor mais representativo a seguir a esta, com 19.100m2, correspondente a 14% da oferta total.

Por outro lado, a desocupação desceu desde 2011, de 11,7% para 11,1%, totalizando 15.700m2 vagos em Lisboa.

Por outro lado, no Porto, entre as artérias comerciais mais importantes, destaque para a Avenida da Boavista, a Praça Mouzinho de Albuquerque, Rua Júlio Dinis e a Rua da Cedofeita, bem como a zona dos Clérigos.

A área de espaços comerciais total estimada é de 204.300m2, sendo que as ruas com maior oferta comercial são a Rua de Santa Catarina e a Rua de Sá da Bandeira, que totalizam 86.900m2, 43% da oferta total auditada.

Também no Porto é a moda que detém a maioria da oferta comercial, com 38% da oferta, 77.500m2, inferior aos 41% auditados em 2011. Os artigos para o lar ocupam a 2ª posição, com 13% do total, seguidos pela restauração, também dom 13% do total.

No Porto, a taxa de desocupação de espaços comerciais ronda os 14%, num total de 28.000m2, 2% acima do verificado em 2011, e acima do verificado em Lisboa.

De acordo com a C&W no seu relatório, a consolidação das tradicionais zonas de comércio de rua das cidades de Lisboa e Porto é hoje «uma realidade incontornável», sendo visível um maior fluxo de visitantes nas ruas, a par do aumento da qualidade da oferta.

Destaca a mudança de hábitos dos consumidores portugueses, que cada vez mais preferem o comércio de proximidade e conveniência, uma tendência que não se confina apenas aos grandes centros urbanos.

Face a este enquadramento, as rendas prime foram as únicas do mercado imobiliário comercial em Portugal a crescer desde 2007, sendo que, atualmente, os valores de arrendamento na Avenida da Liberdade se situam nos 80 euros/m2/mês, e no Chiado de 90 euros/m2/mês.

Assim, a grande procura por parte dos retalhistas deverá manter-se nos próximos anos, uma vez que mesmo sujeitos a algum tempo de espera, vários nomes do retalho internacional continuam a manter o seu interesse nas ruas de Lisboa.

Também as yields de comércio registam uma menor penalização em Portugal desde o início da crise. O destaque vai também para Lisboa, que apresenta uma yield bruta na Avenida da Liberdade de 7,25% e no Chiado de 7%, a mais baixa do mercado imobiliário comercial do país.

Fonte: VI

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