19 janeiro 2014

Portugueses também já investem


Portugueses também já investem
Depois de uma travessia no deserto de quatro anos, os investidores portugueses começam a apostar em ativos de rendimento, contribuindo para a retoma do imobiliário nacional.

Primeiro foram os investidores internacionais a regressar de forma consolidada ao mercado de investimento imobiliário português (em particular no último trimestre de 2013) e agora são também os investidores nacionais a dar sinais positivos e a voltar ao ativo. 

À margem da apresentação de resultados da empresa que decorreu esta semana, Pedro Lancastre, diretor-geral da Jones Lang LaSalle (JLL) adiantou que a consultora imobiliária tem neste momento em mãos quatro grandes transações imobiliárias - no valor global de €30 a €40 milhões - que têm uma particularidade a destacar: das quatro operações, três são de investidores nacionais. "O mercado tem bons produtos para oferecer com preços mais ajustados e existem investidores portugueses que podem e estão a fazer estas operações", confirmou Pedro Lancastre, acrescentando que as operações deverão estar fechadas ainda neste primeiro trimestre. 

As transações envolvem imóveis para reabilitar e ainda uma loja, nas zonas 1 (Avenida da Liberdade/Saldanha) e 5 (Parque das Nações), e um terreno fora de Lisboa. Entre os quatro investidores incluem-se um privado português, também duas sociedades de investimento imobiliário nacionais e ainda um family office espanhol. Outro dado a salientar: estes investidores nacionais estão a investir com capitais próprios. 

Recorde-se que há dez dias a consultora intermediou uma das transações mais significativas deste ano - a venda de três imóveis onde funcionam lojas Pingo Doce por €11,5 milhões -, cujo comprador foi um fundo imobiliário português. O imóvel pertencia ao Santander Asset Management. 

Em grande escala 

Analisados os dados de 2013, a consultora apurou que foram transacionados em Portugal €312 milhões em ativos de rendimento, 70% dos quais foram assegurados por investidores internacionais. Os fundos imobiliários "foram os mais ativos durante 2013, mas os investidores privados também efetuaram importantes transações", refere-se no relatório da consultora, acrescentando que "cerca de 50% do investimento foi concretizado em ativos de retalho".

Outro dado a destacar na análise da consultora é a importância dos vistos gold, que deverão ganhar escala em 2014. Depois do total' pequeno investidor chinês que comprou um ou mais imóveis para conseguir o almejado visto dourado (até ao final de 2013 foram concedidos 471 vistos gold, que se traduzem num volume de investimento de €306,7 milhões), a expectativa é que 2014 assista a grandes negócios assegurados por promotores e grandes fundos institucionais chineses. 

"Por serem primeiros negócios demoram um certo tempo a acontecer, mas são projetos de enormissima escala. Temos essa perceção e estamos a preparar-nos para isso", diz o diretor-geral da consultora, lembrando negócios fechados recentemente pela JLL, como a venda de dois edifícios da Estamo a um investidor chinês. Estes edifícios, que totalizam 10 mil m2 e que já estão a ser preparados para reabilitação, são facilmente identificáveis por quem passa nesta rua tendo uma grande tela branca a cobri-los com a referência "Braancamp 5".

O responsável refere que esta dinâmica por parte dos chineses está a acontecer em todos os paises onde a JLL está presente. E dá um exemplo: "A Jones Lang LaSalle intermediou recentemente a venda de um terreno a um chinês onde o investimento total vai ser de cerca de 600 milhões de libras". 

Voltando ao estudo da consultora, e desta vez para o mercado de escritórios, é de realçar que o Corredor Oeste (que integra, por exemplo, toda a área de escritórios do Tagus Park, Quinta da Fonte ou Lagoas Park) foi a zona que mais se destacou no ano passado no arrendamento: de um total de 78.182 m2 arrendados em toda a zona da Grande Lisboa, :27.255 m2 (cerca de 35%) foram no Corredor Oeste. Logo a seguir surge o Parque das Nações, com 15.754 m2 e a zona Prime CBD (Avenida da Liberdade e Saldanha) com 14.320 m2. 

Para 2014 prevê-se a conclusão de sete edifícios, entre reabilitados e construídos de raiz, num total de 91.750 m2 (dos quais 76.000 m2 de área nova). 72% são situações em que os ocupantes constroem as suas próprias sedes e aqui se incluem a sede da PJ, a sede da EDP, o República 5 (sendo a Duarte Júnior o proprietário ocupante) e o Castilho 24 (Banco de Portugal). Nos edifícios que se espera venham a estar concluídos este ano e que terão área para comercializar contam-se o Duarte Pacheco 7 (promovido pela Temple), o Liberdade 194 (da SCML e o Marquês de Pombal 14 (da Axa Reim).

Fonte: Expresso

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