Os apoios financeiros são apontados como imperativos para consolidar a situação de forma sustentada.
A reabilitação urbana está a adquirir cada vez mais adeptos. Apesar de ainda estar a crescer a um ritmo moderado, já existe a percepção de que há um contexto favorável ao seu desenvolvimento.
É esta a conclusão dos entrevistados que participaram de forma activa na Semana da Reabilitação Urbana. O balanço do evento - que terminou na passada quarta-feira, em Lisboa - foi "absolutamente positivo", para o seu director, Arturo Malingre, e para Manuel Brites, gerente de uma das empresas patrocinadoras, a ECOCIAF.
Esta iniciativa, que juntou durante sete dias os actores envolvidos no desenvolvimento da reabilitação urbana, entre outros interessados, surgiu da necessidade de sensibilizar a população para a emergência deste movimento. O evento registou uma afluência de mais de 10 mil pessoas, três mil das quais assistiram às conferências e workshops.
"A Semana da Reabilitação Urbana Lisboa 2014 pretendeu ser uma experiência polarizadora e agregadora, ao celebrar o que já foi consolidado nesta área, mas também as novas visões, percepções e a inovação que poderá ser aportada a esta dinâmica de renovação das cidades, quer em termos urbanísticos, quer económicos. Mas também enquanto vivência social, profissional e turística", disse Arturo Malingre.
Um dos temas mais debatidos foi a velocidade a que a reabilitação se está a de-senvolver. "Apesar de muito lentamente, há a percepção de que existe um contexto favorável ao seu crescimento, nomeadamente através de dinâmicas municipais, concretamente da cidade de Lisboa, e através de um conjunto de incentivos e legislação recente em vias de promulgação", explicou Manuel Brites, ressalvando que faltam, no entanto, os fundos necessários para consolidar a situação de forma sustentada.
A mesma fonte mostrou-se optimista e acrescentou que a criação de Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU) pelos municípios pode contribuir para a reabilitação do edificado e do espaço público e assim trazer mais ocupantes/habitantes para os centros históricos da cidade, melhorando a sua qualidade de vida.
Arturo Malingre reconheceu também que a reabilitação urbana em Portugal "tem acontecido de forma diferente do que inicialmente se esperava", apesar de já ser visível e palpável, mesmo noutras cidades que não Lisboa e Porto. "A regeneração tem sido feita longe das intervenções de grande escala, mas com um ritmo que permite já ver as cidades com nova cara - a baixa de Lisboa é um óptimo exemplo disso", acrescentou.
O responsável pelo evento chama ainda a atenção para a importância de projectos que pensem a cidade de forma integrada e que recuperem zonas que estavam até há poucos anos abandonadas. "Temos de pensar também numa reabilitação urbana como uma equação económica que permita a quem a promove ter encaixe financeiro, para colocar produtos imobiliários no mercado a preços acessíveis", alertou. Malingre considera igualmente imperativo a preservação das cidades, a sua memória e o seu património, que são factores de "atracção turística que devem ser capitalizados", refere.
Fonte: iOnline
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