HÁ DIAS, recebi de um promotor imobiliário reconhecido pela qualidade da oferta que apresenta no mercado a informação da subida da tabela de preços de um empreendimento de referência actualmente em comercialização. Nunca pensei considerar uma boa nova a notícia de um aumento de preços, mas na verdade esta notícia é realmente uma boa nova que há muito se esperava. A desvalorização forçada do património construído, com aqueles preços de ocasião com que toda a gente sonhava é que não beneficiava ninguém, nem mesmo quem comprava aos preços tão sedutoramente baixos.
Ao desvalorizarem sem razão, num país que resistiu à tentação da bolha imobiliária, a consequência oculta e pouco visível para muita gente era a da desvalorização generalizada de tudo, mesmo dos imóveis que estavam foram de oferta. Os novos preços do empreendimento em causa, agora mais altos, constituem mais um sinal de que esta má onda da nossa economia está a mudar e a inverter caminho agora no sentido de uma recuperação, mesmo que lenta.
O mercado imobiliário revela-se mais saudável quando a oferta resiste às pressões para uma desvalorização, tantas vezes abaixo dos valores do mercado. Estou perfeitamente convencido que nem mesmo o Estado português, tão necessitado de receitas, aceitou vender a qualquer preço o apartamento que possuía (ou ainda possui) no emblemático Edifício Dakota, essa jóia da arquitectura de Manhattan, onde viveu e morreu John Lennon, na esquina da Rua 72 com o Central Parque. Esta firmeza na defesa do preço que a qualidade implica é um sinal positivo de confiança que damos a quem quer investir no imobiliário português e, com naturalidade, espera obter retorno.
O património imobiliário português nunca (muito menos na última década) foi alvo de inflações especulativas que justifiquem a inexplicável vontade de o desvalorizar como quem paga um tributo não se sabe a quem nem em nome de quem. Mais uma razão para se valorizar numa base equilibrada. Já em plena crise do euro e das dívidas soberanas, em Janeiro de 2011, num encontro promovido em Lisboa pela Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (FIABCI) e pela Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o mercado imobiliário português foi analisado e passou no exame à luz de um documento sobre a sustentabilidade do sector elaborado por um grupo de consultores para o sector da construção e do imobiliário que trabalha no âmbito da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE).
Na principal conclusão deste debate de Lisboa ressalta que o imobiliário português pode apresentar-se, interna e externamente, mesmo num contexto de crise internacional, com uma imagem muito positiva, de transparência a confiança. O mercado imobiliário português pode e deve realmente continuar a assumir-se, sem qualquer sombra de pecado, como vector importante na recuperação da nossa economia, tendo ainda espaço de crescimento na promoção de melhorias no parque habitacional, na reabilitação urbana, no turismo residencial.
É isto que o torna particularmente atractivo aos olhos de muito investidor estrangeiro. É isto que se confirma com a boa nova da subida de preços num empreendimento de referência de um promotor também de referência.
Por Luís Lima, Presidente da APEMIP e da CIMLOP
Fonte: APEMIP
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.