17 abril 2014

Escritórios e habitação vão dinamizar atividade do mercado imobiliário moçambicano em 2014


O estudo “Mercado Imobiliário Moçambique-2014”, que analisa os mercados de habitação, escritórios, turismo e retalho, revela que a procura de produtos habitacionais e de escritórios em Maputo, que mantém níveis bastante elevados, será um dos principais fatores de dinamização do mercado imobiliário em Moçambique este ano.

Durante 2013, o mercado de habitação de Maputo recebeu diversos novos projetos, estando prevista para este ano a conclusão e desenvolvimento de muitos outros. A absorção da habitação é quase imediata, dado que, nos últimos três anos, a procura na capital disparou, sem encontrar, contudo, resposta adequada às necessidades da sua franja mais expressiva, nomeadamente a classe média. De acordo com este estudo, a oferta a curto e médio prazo deverá manter-se desajustada às características desta nova procura, pois predominam os produtos direcionados à classe média-alta. Por agora, num mercado onde o arrendamento continua a ser a opção dominante, os valores médios de venda de habitação na zona prime de Maputo (Avenida Julius Nyerere) fixam-se em 3120 USD/m².

Nos escritórios, os níveis de atividade deverão manter-se elevados, impulsionados por uma economia forte, que combina uma crescente confiança do investimento estrangeiro no país e a qualificação do tecido empresarial moçambicano.

Em 2014, a banca continuará a ser uma das áreas mais dinâmica na tomada de espaços de escritórios. Prevê-se que a procura continue bastante elevada, e além das multinacionais começa a ser marcada pelas PME nacionais, que têm crescido em termos qualitativos e de número. A zona da Baixa é a localização prime de escritórios, com a renda prime em Maputo a situar-se em torno dos 32 USD/m² e o valor de venda médio nos 2370 USD/m².

A par destes dois segmentos, o turismo, especialmente na componente de imobiliário hoteleiro, deverá também mostrar-se ativo este ano, com o surgimento de novos projetos. Nesta área, o foco até aqui tem sido Maputo, já que a maior parte dos turistas que entram no país, fazem-no por motivos de negócio. Na capital, dado que a procura de quartos/alojamento continua elevada, é expectável que a oferta hoteleira continue a crescer em 2014, com novos investimentos já conhecidos. A Avenida Julius Nyerere é a principal localização para hotelaria em Maputo, cidade na qual os preços médios praticados por quarto variam entre os 160 USD em hotéis de 3 estrelas e 320 USD nos de 5 estrelas. Além de Maputo, cidades como Tete, Nampula, Beira e Pemba estão já a iniciar o desenvolvimento de projetos turísticos quer dirigidos para o turismo de negócios quer para o de lazer.

Já o retalho deverá ser o menos dinâmico em termos de nova oferta, não estando prevista a inauguração ou desenvolvimento de nenhum projeto nesta área, concretamente no que respeita a promoção de conjuntos comerciais integrados, como centros comerciais ou retail parks. Este mercado continua bastante limitado em termos do stock (existem 4 centros comerciais, 4 retail parks e 3 galerias comerciais), o que contrasta com uma base de consumidores cada vez mais alargada, jovem e com um poder de compra crescente, que não encontra uma oferta diversificada, acessível e moderna. Atualmente, o retalho é marcado pelo formato comércio de rua, embora bastante fragmentado, disperso, local e tradicional. Este é, por isso, um dos segmentos imobiliários com maior potencial de crescimento.

As perspetivas para a evolução do mercado imobiliário moçambicano continuam a ser marcadas pelo otimismo, com todos os segmentos a apresentarem um enorme potencial de crescimento futuro, dado que, além de diversos outros indicadores positivos, continua a existir, de forma transversal, um enorme desequilíbrio entre a oferta existente e as necessidades da procura, o que abre oportunidades de investimento diversificadas quer em termos setoriais quer geográficos.


Fonte: OJE

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