23 abril 2014

Imobiliário português lança nova ofensiva ao mercado francês


De 16 a 18 de maio, e pelo terceiro ano consecutivo, o imobiliário nacional volta a lançar nova ofensiva ao mercado francês, montando arraiais em Paris na expetativa de atrair novos investidores para o nosso país.
Trata-se da terceira edição do Salon de L’Immobilier et du Tourisme Portugais à Paris, uma iniciativa dinamizada pela CCIFP – Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, em conjunto com a FIL-AIPSIL, APEMIP e AICEP. Marcado para o Paris Expo Porte de Versailles, o evento irá levar até França uma mostra do que melhor existe no imobiliário português e será, espera a organização, o palco para o fecho de negócios.

Numa altura em que os franceses têm um peso crescente no mercado imobiliário português, vários promotores, bancos e mediadores, entre outros prestadores de serviços, decidiram rumar a Paris com o objetivo de ali promover os imóveis e as oportunidades que têm em carteira.

E as expetativas da organização são de crescimento, depois de no ano passado o salão ter ocupado cerca de 4.000 metros quadrados de área de exposição e reunido uma comitiva de 60 empresas lusas, das quais “80% já manifestaram interesse em participar novamente”, contou Sandra Fragoso, diretora do SIL, na mesma ocasião.

É o caso da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, que conta “ter este ano uma presença com uma dimensão nunca antes vista, contando com a participação de mediadores que mostrem o que de melhor temos para oferecer de norte a sul do país”, contou o seu presidente, Luís Lima.

Interesse francês em Portugal cresce, mas ainda não está consolidado

De ano para ano, este salão tem vindo a “dar um salto qualitativo” não só em termos de oferta, como no que respeita aos próprios visitantes, nota o diretor-executivo da CCIFP, Ricardo Simões. Vocacionado para promover as vendas de imóveis ao comprador final, este evento tem como principal alvo “os franceses com mais de 50 anos em situação de pré-reforma ou reforma e para portugueses ou luso-descendentes residentes em França”.

Uma franja de mercado que têm vindo a reforçar o seu interesse pelo nosso país nos últimos tempos, e para o que muito tem contribuído a introdução do novo regime fiscal para os residentes não habituais, que funciona como um chamariz para os cidadãos que em França têm sido sujeitos a fortes penalizações na tributação dos seus rendimentos. Os portugueses que vivem em França também estão abrangidos por este regime, caso não tenham tido residência fiscal em Portugal.

Ainda assim, nota Ricardo Simões, “o fluxo de investidores franceses para Portugal ainda não está consolidado e nós precisamos de continuar a reforçar essa promoção do nosso país”, até porque “vender imobiliário português a franceses não é o mesmo que vender esses imóveis a portugueses. Ali, em primeiro lugar temos de vender um modo de vida e também dar-lhes a conhecer o potencial de rendimento e/ou turístico do imóvel”, afirma Ricardo Simões.

Entretanto, e através de ações de comunicação muito segmentadas, a organização tem vindo também a procurar atrair para o evento um maior número de investidores profissionais, “o que já foi evidente na segunda edição, com investidores institucionais, fundos imobiliários e gestores de património franceses”. Além destes, o nicho dos profissionais liberais franceses, com maior flexibilidade no que toca ao local de trabalho também não foi esquecido, acrescenta o responsável da CCIFP.

À semelhança do que se verificou no ano passado, os franceses deverão voltar a estar em maioria este ano. “Deveremos receber cerca de 70% de visitantes franceses e 30% de lusodescendentes” disse ainda Ricardo Simões, diretor-executivo da CCIFP.

Algarve e Lisboa mantêm-se no topo das preferências De acordo com os dados disponibilizados pela CCIFP, na edição do ano passado as regiões de Lisboa e do Algarve lideraram o topo das preferências dos visitantes que se deslocaram ao evento (36% e 34%, respetivamente). Cerca de metade dos visitantes (50%) demonstrou a sua preferência pela aquisição de um apartamento no nosso país, contra os 37% que que manifestaram a sua preferência por moradias ou villas.

Note-se que 50% dos visitantes que manifestaram a sua vontade em investir no nosso país disseram ir fazê-lo recorrendo a fundos próprios. As motivações para a compra são diversas: enquanto 41% dos visitantes procurava uma residência principal ou secundária para uso próprio, enquanto que 17% estavam interessados sobretudo na aquisição para investimento locativo. 

Ricardo Simões salientou que “os investidores que se deslocam ao salão à procura de uma solução de rendimento privilegiam eventuais negócios de imóveis localizados em Lisboa ou no Algarve”, sobretudo na faixa de preços entre os 200.000 e os 250.000 euros.

Relativamente à efetivação do investimento, 76% disse ir concretizar o investimento num prazo de dois anos, dos quais 29% traçou como objetivo fazê-lo num prazo de até seis meses após o evento. A CCIFP nota ainda que “o visitante que queria comprar no prazo de seus meses era maioritariamente de nacionalidade francesa, procurando sobretudo a aquisição de uma residência secundária, apartamento (51 %), em Lisboa (39%) ou no Algarve (38%), recorrendo a fundos próprios (52%).

Em todo o caso, quer se trate de cidadãos franceses ou luso-descendentes, nas edições anteriores do salão, os visitantes têm uma coisa em comum: “procuravam as melhores oportunidades, ou seja, o melhor produto pelo preço mais baixo”, afirma Ricardo Simões.

Fonte: Público

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.