06 abril 2014

Segurança Social tem 83 imóveis à venda, num total de €26,1 milhões


Segurança Social tem 83 imóveis à venda, num total de €26,1 milhões
Instituto de Gestão Financeira encaixou €3,8 milhões em 2013. Meta para 2014 é €5 milhões.

Escolha não falta: prédios em zonas nobres de Lisboa, como o Chiado ou o eixo Campo Pequeno/Gulbenkian - cinco dos quais avaliados em mais de €1,5 milhões - e noutras cidades, armazéns, terrenos ou até quintas no Douro e em Évora com mais de 20 hectares. São estas as tipologias dos 65 imóveis, avaliados num total de €23,4 milhões, que integram o primeiro concurso de venda deste ano do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) e que decorre até 22 de abril. 

A estratégia de venda de imóveis do IGFSS não se esgota neste concurso. Nesta altura, estão outros 18 em venda por ajuste direto (avaliados em €2,7 milhões). Tudo somado, chegamos a 83 imóveis, num total de €26,1 milhões. E mais para a frente seguir-se-ão outros concursos. Com um objetivo claro: obter pelo menos €5 milhões com alienações em 2014. 

É essa a meta inscrita no plano de atividades para este ano do IGFSS, que tem por missão a gestão financeira unificada dos recursos inscritos no Orçamento da Segurança Social. Incluindo 4.493 imóveis (dados do final de 2013), repartidos entre renda livre e renda social. "Todos os imóveis na esfera da Segurança Social que não estão afetos a serviços estão, em princípios, afetos ao IGFSS que os gere", explica Ana Vasques, diretora do deapartamento de património imobiliário do Instituto.

A maioria (69%) é habitação social, mas os restantes 31%, ou seja, 1.393 imóveis, são de renda livre. Os números não deixam margem para dúvidas: "A Segurança Social é uma grande proprietária de imóveis. Temos de tudo", frisa Ana Vasques. Até campos de futebol e igrejas que, ao longo do tempo, acabaram por ficar afetos ao IGFSS. Muitos destes imóveis foram adquiridos há muitos anos, pelas caixas de previdência, numa lógica de investimento, "numa época em que o investimento era sobretudo imobiliário". Outros eram edifícios afetos aos serviços da Segurança Social e que entretanto ficaram vagos na sequência da reorganização de serviços - a redução do espaço ocupado tem sido uma tendência clara nos últimos anos. "Só no concurso de venda que está a decorrer estão quatro imóveis em Lisboa, um em Setúbal e outro em Faro que eram dos serviços", revela a gestora. Por fim, os imóveis industriais resultam sobretudo de dações em pagamento de dívidas à Segurança Social. 

Os imóveis de renda livre podem ser vendidos ou arrendados, com vista à "rentabilização da carteira", explica Ana Vasques. "O objetivo é maximizar receitas e minimizar custos". Por isso, na hora de decidir o que vender, "são tidos em conta os encargos que um imóvel representa ou pode vir a representar, nomeadamente em termos de conservação, e as receitas que pode gerar". 

Meta ambiciosa 

Olhando para os valores arrecadados pelo IGFSS com a alienação de imóveis nos últimos anos - €3,78 milhões em 2013, €2,65 milhões em 2012 e €3,73 milhões em 2011 - a meta de €5 milhões é ambiciosa. Mais ainda, se for atingida, será a primeira vez nos últimos anos que o Instituto consegue alcançar a meta para esta rubrica inscrita no seu plano de atividades anual. Em 2012 e 2011 ficou muito longe (as metas eram de €10 milhões e de €20 milhões, respetivamente) e só em 2013, com um objetivo mais modesto, de €4 milhões, se aproximou daquele valor. 

A taxa de sucesso das vendas é crucial. Este indicador, que traduz o valor das vendas em percentagem do valor dos imóveis colocados à venda, passou de apenas 3% em 2011 para 30% em 2013. Qual o se-gredo? Ana Vasques destaca a parceria com a Nova School of Business and Economics, de que resultou um estudo alargado sobre todo o património de renda livre gerido pelo IGFSS e "nos ajudou a definir estratégias para sermos mais eficazes na comercialização". Segmentação foi a palavra-chave, não apenas do património imobiliário, mas também do público-alvo potencialmente interessado. Ao mesmo tempo, foi criada a marca "Segurança Social Património Imobiliário". "É a identidade com que nos passámos a apresentar ao mercado para toda a área da Segurança Social que tem a ver com o património imobiliário". A marca tem associado um site, onde estão todos os imóveis em comercialização, e o slogan "dê vida a estas casas", que "tem a ver com o nosso público-alvo: pessoas com gosto para recuperar imóveis que podem estar vazios ou necessitar de obras", remata Ana Vasques.

NÚMEROS
4.493 - é o número de imóveis que constituem o património do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.
3.100 - são os imóveis do IGFSS que fazem parte de bairros de habitação social e não se destinam a venda.
1.393 - imóveis do IGFSS que são de renda livre. É de entre estes que são selecionados os imóveis para venda. Outra opção à disposição do Instituto á colocá-los para arrendamento.

Fonte: Expresso

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