É impressionante a rapidez com que mudou o mercado de investimento em imobiliário comercial. Foi só em Outubro do ano passado que o Financial Times, logo depois da aquisição do Edifício Báltico pela DEKA, referiu “os primeiros sinais de retoma” no mercado de investimento imobiliário Português. Quem diria que em Maio de 2014 já estaríamos no meio de um volte-face total? Vemos novos investidores a aparecer ou reaparecer quase a um por dia e a pedir informações sobre oportunidades de mercado. Obviamente refiro-me a todos os sectores e desde questões preliminares a investidores já preparados para realizar transações.
Os investidores têm estado a inundar o mercado imobiliário europeu e em 2013 o volume de investimento no mercado europeu atingiu o seu nível mais elevado desde da crise do crédito em 2007. A elevada concorrência que se tem observado nos mercados “quentes” como Londres e Paris significa que os investidores estão agora a entrar em mercados mais pequenos e periféricos como Itália, Irlanda, Espanha e Portugal. Um estudo lançado em Janeiro de 2014 pelo Urban Land Institute demonstra que a pressão para investir e a concorrência feroz levou os investidores para mercados e negócios mais arriscados, como promoção, sectores secundários e transações arriscadas, com mais valor acrescentado. Em 2012, Espanha e Irlanda eram países que estavam fora do radar dos investidores e agora são os dois mercados mais “quentes” e com maior procura no continente Europeu.
Como resultado, desde o Outono de 2013, os investidores voltaram a focar a sua atenção em Portugal e estamos agora a sentir os efeitos desta entrada de capital no nosso mercado. O indicador mais claro deste fenómeno é a descida da yield prime de 8,25% no Verão de 2012 para 7% em Maio de 2014.
Os capitais que têm como alvo o nosso mercado vêm de origens diferentes. Os compradores nacionais como os fundos de pensões, um número limitado de fundos imobiliários e alguns investidores privados estão agora ativos no mercado. Já os capitais estrangeiros que estão interessados em Portugal incluem private equity de várias zonas do mundo, family offices europeus e sul-americanos e grandes investidores institucionais europeus e norte americanos. Os investidores chineses também estão muito ativos no nosso mercado e a CBRE já concretizou operações com vários compradores de origem asiática em três sectores diferentes: investimento em escritórios prime, reabilitação urbana e aquisição para efeitos de Golden Visa.
Este sentimento positivo é visível no último Market Pulse da CBRE, em que quase 80% dos compradores que responderam ao inquérito afirmaram que tinham visto oportunidades interessantes em Portugal nos últimos meses. Ainda mais positivo é que 94% destes investidores acredita que irão existir oportunidades interessantes nos próximos 12 meses.
Por Tim Seconde, Associate Director Capital Markets CBRE
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