Ricardo Sousa: "Há diferenças favoráveis às casas dos bancos"

Para imóveis similares, o cliente opta sempre pelos do banco. Os bancos continuam a tentar desfazer-se de muitos imóveis com que ficaram em carteira fruto do incumprimento dos seus clientes. Para tal, explica Ricardo Sousa, administrador da Century 21, oferecem condições de financiamento que continuam a ser mais favoráveis do que face a outros imóveis. 

Contudo, diz, já se começa a ver uma maior aproximação, nomeadamente em termos de "spreads".

Qual o impacto que as condições de financiamento mais favoráveis e as outras vantagens têm no aumento da venda de imóveis dos bancos?

O grande atractivo para a aquisição deste tipo de imóveis tem sido, e continua a ser, as condições de financiamento, tanto a nível de "spreads" como de percentagem de financiamento, que normalmente chega aos 100%. Este facto continua a ser um elemento diferenciados para o cliente comprador, na hora de decidir qual o imóvel a adquirir. Normalmente, para imóveis similares, o cliente sempre opta por imóveis do banco, por estes motivos.

Os bancos têm vindo a melhorar estas condições para escoar mais facilmente o "stock" de imóveis?
Essencialmente têm-se mantido as condições. Há um ou outro caso pontual de entidades que tem melhorado, ligeiramente, as condições, mas em nenhum caso de forma significativa. Começa é a haver uma maior aproximação nos "spreads" praticados para aquisição de imóveis da própria carteira dos bancos, em relação ao crédito à habitação normal, sobretudo pelas descidas verificadas neste último caso. No entanto, continua a haver uma diferença significativa, favorável para os imóveis da sua própria carteira.

A procura dos clientes por estes imóveis tem vindo a aumentar este ano? 
Sim, mas esta tendência também se tem registado no aumento da procura de imóveis, em termos gerais. O mercado imobiliário tem vindo a mostrar sinais de recuperação desde o final de 2013, factor que se tem vindo a concretizar ao longo de 2014.

Quantos imóveis de instituições financeiras é que a Century 21 vendeu este ano? 
No caso da Century 21 Portugal, e neste nicho de mercado, durante o primeiro trimestre de 2014, registamos um incremento de 20% no número de imóveis e de 30% no valor, face ao mesmo período de 2013. Os clientes estrangeiros têm sido fundamentalmente os protagonistas deste incremento, sobretudo nos indicadores relativos aos valores médios de venda, substanciamente superiores aos registados no mercado nacional.

Quantos imóveis deste tipo ainda têm em carteira? 
Mantemos, de forma constante, urna carteira de cerca de 600 imóveis de entidades financeiras em regime de exclusividade, o que nos permite estabelecer e executar planos de ação comercial específicos, para cada um deles.
Fonte: Negócios