O capital médio em dívida nos créditos para a compra de casa concedidos nos últimos três meses avançou em Agosto para o nível mais elevado desde 2011.
Com o aumento, ainda que ténue, do financiamento bancário para a compra de habitação, as transações de imóveis aumentaram e, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as operações realizadas pelas famílias portuguesas apresentam um preço cada vez mais elevado. O capital médio em dívida nos créditos para a compra de casa concedidos nos últimos três meses avançou em Agosto para o nível mais elevado desde 2011.
"Nos contratos celebrados nos últimos três meses, com o mesmo destino de financiamento, o valor médio do capital em dívida foi 85.864 euros", refere o relatório mensal referente às taxas de juro implícitas no crédito à habitação do INE. Houve um aumento de 0,8% face ao registado em Julho, sendo que o montante tem vindo a acelerar de forma expressiva nos últimos meses. Era de 82.660 euros em Junho, 79.037 em Maio e 77.929 em Abril.
Face ao final do ano passado, o montante médio em dívida destes novos créditos regista um aumento de 7,5% (praticamente seis mil euros a mais), sendo que é preciso recuar até Dezembro de 2011, meses após o pedido de ajuda financeira por parte de Portugal, para encontrar um valor mais elevado: 87.327 euros. Um resultado que sinaliza alguma recuperação no preço dos imóveis que, segundo o INE, registou um aumento de 0,5% em Julho, face ao ano passado, para 1.019 euros por metro quadrado. Mas também uma maior confiança das famílias na capacidade de cumprirem com os encargos, numa altura marcada por taxas de juro em mínimos históricos - as Euribor, os principais indexantes dos créditos em Portugal, têm vindo a cair - associada a alguma correção nos "spreads" praticados pelas instituições financeiras no financiamento para a compra de casa. Há já bancos com margens mínimas em torno dos 2,5%. A taxa implícita nestes contratos (que inclui já o indexante) caiu em Agosto para 3,05%.
Menos dívida
Enquanto os novos créditos estão a apresentar valores em dívida mais elevados, considerando o total de financiamentos, o montante médio devido aos bancos continua a encolher. Atingiu os 57.105 euros em Agosto, "traduzindo urna redução relativamente ao valor observado em Julho (57.220 euros). Refira-se que o capital médio em dívida tem vindo a diminuir desde Setembro de 2011, atingindo uma redução acumulada de 2.529 euros", diz o INE.
Esta redução traduz, em grande parte, a cada vez maior amortização realizada mensalmente pelas famílias fruto dos juros baixos. Segundo os dados revelados pelo INE, a taxa de juro implícita no crédito à habitação com destino à aquisição de imóvel passou de 1,520% em Julho para 1,505% em Agosto. A prestação média paga aos bancos caiu, assim, em um curo para 269 euros. Deste valor, só 75 euros, sensivelmente 28% do total, são juros pagos relativos ao financiamento obtido junto da banca.
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