19 outubro 2014

Lucios entra em força em Lisboa


A reabilitação absorve 55% da faturação da construtora, que este ano será de €57 milhões.
A Lucios, empresa de construção civil que deverá atingir no final deste ano um volume de negócios em Portugal na ordem dos €57 milhões (contra €53 milhões em 2013), está de pedra e cal em Lisboa. Segundo destaca o diretor-geral desta empresa sediada em Vila do Conde, Filipe Azevedo, a capital tem-se revelado um mercado com "muitas oportunidades" que se estão a traduzir não só em obra feita, mas também em novos contratos na calha. Na verdade, a aposta, iniciada em 2013, tem corrido tão bem que a Lucios espera, no espaço de um ano, que o negócio em Lisboa atinja ou mesmo ultrapasse o volume de obras no Porto e no Norte em geral.

Além de outras obras realizadas na Baixa do Porto, as intervenções premiadas na zona das Cardosas (Hotel Intercontinental e o próprio quarteirão), desempenharam um papel fulcral na afirmação da Lucios no mercado da reabilitação urbana. O objetivo é manter a fasquia alta nesta área. Por isso, a liderança da empresa não esconde a intenção de "conquistar" o mercado alfacinha neste segmento, de forma a conservar ou mesmo reforçar o peso que a reabilitação ganhou dentro da empresa e que se situa, atualmente, em 55% do total da atividade da Lucios no nosso país.

A remodelação e o restauro do Palácio de Valada e Azambuja (Largo do Calhariz) assinalaram o início dessa expansão estratégica, que adquiriu um maior simbolismo com as obras efetuadas no projeto Edifício Ópera Lx, desde logo porque está situado em plena Avenida da Liberdade, no coração de Lisboa. Com um custo de €3,9 milhões, este projeto de habitação e comércio tem conclusão prevista para janeiro. 

A localização de referência é, aliás, um denominador comum às obras com que a Lucios está a deixar a sua marca na capital: o Edifício Focus Lx, projeto de habitação de luxo no valor de €11,5 milhões, situa-se na Avenida António Augusto de Aguiar (em frente ao El Corte Inglés). Terá 14 pisos (4 em subsolo) e 26 apartamentos de várias tipologias, estando previsto que as obras terminem no 1º trimestre de 2016. Noutra zona nobre, junto ao Chiado, o Edifício Praça de Camões, com vocação de habitação (sete apartamentos de luxo) e comércio (duas lojas com três pisos cada uma) e um valor de obra de €1,3 milhões, tem a conclusão dos seus trabalhos prevista para maio de 2015; pela mesma altura deverá estar pronto o Boutique Hotel em construção na Praça do Município (muito perto de €1 milhão); finalmente, na Rua Castilho (junto à Avenida da Liberdade) deverão terminar, no final deste ano, as obras de um prédio de 12 pisos (quatro deles enterrados) com 25 apartamentos e que estão orçadas em €1,4 milhões.

Turismo revoluciona reabilitação 

Na calha está, ainda, a reabilitação de um edifício que dará origem a mais um "grande hotel" para a capital portuguesa, um negócio "praticamente fechado", mas ainda a justificar reserva quanto a mais pormenores. Certo é que a aposta em Lisboa é para manter, aproveitando as oportunidades que o turismo está a gerar e que a iniciativa privada vai potenciando. "Vamos ampliar o escritório em Lisboa, onde já temos um estaleiro, estamos a aumentar o número de pessoas a trabalhar na capital e temos a perspetiva de fechar vários contratos em Lisboa até ao fim deste ano", resume Filipe Azevedo, reiterando o volte-face na origem geográfica dos proveitos da Lucios: "Hoje em dia, ternos cerca de 50% do volume de negócios no Norte e o resto espalhado pelo país: daqui a um ano deveremos ter, pelo menos, 50% em Lisboa e o resto espalhado pelo país". 

E por falar em inversões, junte-se mais urna: "É impressionante a ausência de investimento público na reabilitação urbana", lamenta o empresário, adiantando que. hoje em dia e nos anos mais recentes, as obras da empresa são de origem privada em 80% e apenas 20% são públicas. "Há 4 ou 5 anos era o inverso", faz notar, embora reconhecendo que a atual situação não tem prejudicado a Lucios, que se encontra "muito pouco dependente do investimento público". 

Ainda assim, reconhece méritos nas mais recentes mudanças na legislação que regula esta área específica da construção civil. "Penso que vieram descomplicar em várias vertentes, desde logo permitindo que os donos dos prédios consigam de uma forma mais simples reabilitá-los, sem terem de estar sujeitos às leis de uma construção nova, o que não fazia sentido. Posso adiantar que temos recebido algumas propostas que parecem resultar já deste tipo de incentivo". No mesmo sentido, a responsabilização dos técnicos pelo cumprimento da lei, dispensando fiscalização prévia e remetendo esta para fases posteriores da obra, também é bem recebida. "Para quem quer investir e não quer ter o dinheiro 'preso' muito tempo, pode haver aqui uma maior rapidez entre o projeto e a fase da construção, ganham-se vários meses... Assim, torna-se o mercado mais atrativo para os pequenos investidores". 

A Lucios tem, ainda, uma componente de internacionalização em plena expansão, sobretudo em Moçambique, país onde, este ano, prevê passar de uma faturação na ordem dos €7 milhões (obtida em 2013) para, pelo menos, €17 milhões. 

"Além disso, nesta altura, já temos um volume de encomendas de obra adjudicada em Moçambique que ultrapassa os 35 milhões dólares (quase €28 milhões). E a perspetiva é de subir ainda mais, é urna aposta muito interessante", comenta Filipe Azevedo, adiantando que são quatro as obras ali desenvolvidas, duas das quais já estão concluídas (um hotel e uma fábrica), enquanto outras duas, subir ainda mais, é uma aposta muito interessante", comenta Filipe Azevedo, adiantando que são quatro as obras desenvolvidas, duas das quais já estão concluídas (um hotel e uma fábrica), enquanto outras duas, que são residenciais e têm maior dimensão de negócio, estão em fase de acabamentos (o edifício do Comité Olímpico e o empreendimento Maputo Bay).

Fonte: Expresso

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