O mercado imobiliário no distrito do Porto começa a dar sinais de maior dinamismo, especialmente na habitação. Os preços começam também a refletir essa melhoria.
O mercado habitacional no distrito do Porto tem estado este ano a exibir sinais de maior dinamismo, com um movimento crescente da procura, dizem diversas entidades que trabalham o imobiliário na Área Metropolitana do Porto e nos concelhos circundantes. São os casos dos concelhos de Paredes, Penafiel, Lousada e Paços de Ferreira, nos quais a Remax Eficaz trabalha.
“Temos verificado um aumento na procura do segmento habitacional nestes concelhos”, avança Mónica Pereira, diretora comercial desta agência em Paredes. Já Pedro Santos, gerente da Verticus, que trabalha os concelhos do Porto, Gaia, Gondomar, Matosinhos, Valongo, Maia e Vila do Conde, é mais específico, afirmando que “a procura para compra de casa sentiu uma ligeira melhoria no segmento médio e médio-alto, especialmente nas tipologias T3 e superiores e nas moradias”. Para este responsável com “a ligeira melhoria nas condições de crédito bancário para compra de casa e a descida das taxas de juro praticadas no crédito hipotecário”, “esperamos que exista um aumento de procura especialmente no segmento médio de habitação”, até porque “muitos negócios estão pendentes da venda do imóvel atual para concretizar o novo”.
Para Cruz Lança, responsável do Departamento de Venda Retalho – Norte do Millennium bcp, Banco cuja oferta imobiliária neste distrito ascende a mais de 600 imóveis, “o distrito do Porto tem tido uma dinâmica crescente no imobiliário, mais notória no segmento habitacional e com maior destaque na Área Metropolitana do Porto”. Na sua perspetiva, tal deve-se ao facto de que “o excesso de oferta que existia à volta da cidade do Porto, por exemplo nos concelhos de Gondomar e Gaia, tem vindo a ser comercializada nos últimos dois anos”. Aliás, precisamente para dinamizar o mercado noutros concelhos, o Banco lançou uma campanha especial em Paredes, Penafiel, Trofa, Santo Tirso, Paços de Ferreira e Amarante, colocando em oferta 46 imóveis com preços promocionais. A ação, denominada “Mês das Oportunidades” decorre até final deste mês de novembro, mas Cruz Lança explica que, após esta data, “os compradores dos imóveis abrangidos na campanha poderão ainda beneficiar de um desconto adicional de 5% sobre o preço de catálogo, se as escrituras forem realizadas no decurso do mês de dezembro”. A campanha envolve imóveis residenciais e não residenciais num valor global de 4,7 milhões de euros, destacando-se “a diversidade da oferta em armazéns industriais e espaços comerciais localizados em concelhos que são conhecidos pelo empreendedorismo na indústria têxtil e do mobiliário”.
Preços refletem melhorias do mercado
Esta melhoria que se tem feito sentir no mercado habitacional do distrito do Porto começa já a ter impacto nos preços, que, de acordo com Cruz Lança, exibem “uma tendência para a subida”. Os dados da Confidencial Imobiliário referentes ao 2º trimestre de 2014 mostram que esta perceção está correta, com o preço das casas a subir 1,9% em termos homólogos no concelho do Porto e a apresentar uma evolução positiva em quase todos os restantes concelhos da área metropolitana.
As exceções são Espinho e Póvoa do Varzim, onde os preços apresentaram uma variação homóloga negativa mais acentuada do que no trimestre anterior, caindo 3,6% no primeiro caso e 6,6% no segundo, sendo este último o concelho em que os preços mais desvalorizaram.
Matosinhos é o segundo concelho, a seguir ao Porto, onde os preços mais cresceram (1,4% em termos homólogos) no 2º trimestre deste ano. Já entre os que mais desceram, está ainda Vila do Conde, onde a desvalorização homóloga do preço das casas foi de 4,6% no 2º trimestre.
Para Mónica Pereira, da Remax Eficaz, sendo claro que ”os preços tiveram um reajuste quer na habitação quer no imobiliário não residencial, neste momento estão a estabilizar”. Também Pedro Santos, da Verticus, considera que “os preços no segmento residencial se mantiveram em níveis semelhantes aos do ano passado”, enquanto que no imobiliário não residencial, este profissional, nota que “os preços tiveram ainda uma tendência de decréscimo”, o que se deve também ao facto da “procura ter diminuído”, embora, na sua experiência, “a procura de pequenos espaços comerciais localizados em zonas urbanas com muito movimento, ainda se mantenha a níveis do ano passado”. De acordo com a Confidencial Imobiliário, no âmbito dos índices Ci Corporate, os preços das lojas no distrito do Porto cresceram 2,9% no 2º trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado, enquanto que nos escritórios essa evolução foi de 3,8%. Apenas os armazéns revelaram um decréscimo de 2,6% nos preços em termos homólogos.
Estrangeiros procuram orla marítima do Porto
Apesar de “a procura de imóveis por parte de estrangeiros ser muito superior em Lisboa relativamente Grande Porto”, Pedro Santos, gerente da Verticus, sublinha que “os negócios com estrangeiros no Grande Porto fazem-se nos segmentos alto e prime nas zonas mais nobres da cidade do Porto e ao longo da costa marítima até à Póvoa do Varzim”.
Notando que se tratam ainda de “negócios pontuais”, Pedro Santos considera que ainda assim se “tem notado um crescente interesse por imóveis nas zonas históricas do Porto e de Gaia, nomeadamente na reabilitação de imóveis antigos”.
Por outro lado, “também temos assistido a um interesse cada vez maior por parte de empresas imobiliárias estrangeiras para a compra de terrenos e projetos nos melhores locais”.
Além disso, diz, “verificamos este ano um aumento da procura da nossa comunidade de emigrantes na Europa, especialmente de França, tanto para compra de imóveis para segunda habitação como na compra para investimento no mercado de arrendamento”. Também Mónica Pereira, diretora comercial da Remax Eficaz, diz que “temos feito pontualmente algumas vendas a emigrantes que pretendem neste momento investir no país de origem, adquirindo segmento habitacional de baixo valor”.
Fonte: Público
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