22 dezembro 2014

Formas inovadoras de financiamento potenciam reabilitação


As dificuldades de financiamento tradicional à reabilitação urbana originam processos inovadores que permitam o arranque das obras. O arquiteto Paulo Santos da Cunha deu a conhecer o caso prático da Swark, ao constatar que «os modelos de financiamento imobiliário ficaram obsoletos» após a crise do ‘subprime’. Aquele arquiteto exemplificou com dois projetos, situados no centro histórico do Porto, cujos proprietários «não se conheciam e decidem fundir os projetos».

O «househunting» incluiu dois edifícios contíguos no centro histórico. O primeiro consistia «numa ilha construída em altura» de quatro casas devolutas com arquitetura atípica, e um segundo edifício, composto por R/C, três pisos e recuado, com um inquilino comercial e residencial no R/C e 1º frente, que «usava o espaço residencial como armazém do estabelecimento comercial». A primeira fonte de financiamento «resultou da venda do prédio devoluto», que «permitiu ao proprietário do prédio ocupado parcialmente por um inquilino poder arrancar com a obra», ao passo que «a proprietária do segundo prédio aceitou fundir o seu projeto» com o contíguo. Houve necessidade de se constituir a propriedade horizontal e levantar o alvará para poder avançar para uma estratégia de «venda em obra», recordou o arquiteto.

A estratégia para o financiamento global foi pensada «através do pagamento mensal, por parte do promitente comprador, e em função do avanço das obras, apenas da parte correspondente ao que ia sendo feito». O projeto final envolveu, no prédio I, a criação de uma fração para habitação própria e uma fração para comércio – ocupadas pelo inquilino original -, bem como duas frações para rendimento; no prédio II foram desenvolvidas três frações para revenda e uma fração para inquilino comercial. O valor total do investimento, no prédio I, foi de 281 mil euros e, no prédio II, rondou os 279 mil euros. O retorno estimado ascendeu a um valor entre 650 e 750 mil euros, numa rentabilidade estimada entre 11 e 24%.

Fonte: Porto Vivo

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