Em Portugal, a reabilitação urbana vale apenas 7% da produção das empresas de construção, o que coloca o país bem longe da média europeia de 36,8%.
O segmento tem, no entanto, vindo a ganhar maior expressão nos últimos anos, mas o peso que tem no setor ainda está aquém do desejável, e também longe dos 25% de Espanha.
De acordo com Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, «Portugal já vive uma dinâmica diferente nesta matéria», mas garante que «não chega, é preciso muito mais», cita o DV.
Apesar de praticamente não existir construção nova no nosso país, a reabilitação ainda não tem a representatividade que poderia ter enquanto alternativa de atividade, e os dados do licenciamento não mostram uma evolução expressiva. Reis Campos nota que «de janeiro a setembro, foram emitidas 5.094 licenças para reabilitação, um número não muito superior ao do ano passado», num contexto em que as necessidades totais de reabilitação em Portugal valem 38.000 milhões de euros, segundo um estudo encomendado pela AICCOPN à Faculdade de Engenharia da universidade do Porto.
Segundo o mesmo, são 1,5 milhões de habitações aquelas que necessitam de intervenções, e 200.000 encontram-se em perigo de ruína. 6.223 milhões são necessários para obras de conservação e manutenção, e 9.335 para obras de grande dimensão.
Reis Campos acredita que o problema é a falta de capacidade de investimento, e lembra que o Governo «comprometeu-se, há um ano, a criar um programa de financiamento a particulares para a reabilitação de imóveis para arrendar». Estarão disponíveis 2.500 milhões de euros do fundo para a reabilitação urbana que o Governo anunciou recentemente no âmbito do próximo quadro Portugal 2020, valor que o responsável considera insuficiente, e «um valor pequeno para as necessidades».
Explica que «com todo o património que há para reabilitar deveríamos ter um plano a 15 anos, com expressão, que nos aproximasse da média europeia». E por isso considera que «precisamos de aproveitar, ao máximo, os fundos do próximo quadro comunitário, designadamente os ligados à eficiência energética, à fiscalidade verde e aos riscos sísmicos».
Fonte: VI
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