05 março 2015

Já há três bancos com "spreads" da casa abaixo de 2%


A CGD deu o mote. E já tem seguidores. O Caixa Agrícola cortou o "spread" para apenas 1,7%, nos jovens, e 1,8% nos restantes, já o Santander Totta dá uma taxa de 1,73% para os clientes "premium". Não se pode falar, ainda, de uma "guerra" nos "spreads" do crédito à habitação, mas a concorrência entre os bancos por este negócio está a aumentar. Depois do BCP ter passado a ter a margem mínima mais baixa do sector, a CGD esmagou a taxa, sendo o primeiro banco a coloca-la abaixo de 2%. Mas já não está sozinha. O Crédito Agrícola desceu o juro mínimo para baixo dessa mesma fasquia, tal como o Santander Totta, mas neste caso apenas para os seus clientes "premium".


A CGD já tinha sinalizado que poderia baixar as taxas exigidas nos empréstimos destinados à compra de casa no final de Janeiro. E cumpriu a promessa em meados do mês passado ao passar a apresentar um "spread" mínimo de 1,75%. Já no arranque de Março, outros dois bancos colocaram a margem mínima em torno deste nível: o Crédito Agrícola e o Santander Totta. O banco liderado por Licínio Pina, que tinha uma taxa de 2,45%, reduziu-a para apenas 1,8%, sendo a máximo de 3,05% (mais baixa que muitos "spreads" mínimos no sector).

"O Crédito Agrícola definiu como um dos objectivos estratégicos para 2015 crescer na carteira de crédito habitação e para tal pretende posicionar-se como um dos bancos mais competitivos do mercado", diz Paulo Beça, director de marketing estratégico do Caixa Agrícola ao Negócios. E remata: "o Crédito Agrícola acompanha a evolução do mercado e da concorrência e tem obviamente ajustando o seu ‘pricing’ sempre que tal é necessário".

Para ter esta taxa será necessário, contudo, que o financiamento seja superior a 150 mil euros, sendo que o montante solicitado só pode representar 35% da avaliação do imóvel, ou seja, este tem de valer 428 mil euros. A taxa de esforço (peso das despesas no rendimento) terá de ser inferior a 20%, além de ter de ser cliente há mais de cinco anos e ter vencimento, bem como despesas domiciliadas, seguros de vida e multirriscos, além de poupanças no banco. Caso os proponentes tenham idades entre os 18 e os 30 anos, o juro é ainda mais baixo: 1,7%.

O Santander Totta também voltou a rever o seu preçário no arranque do mês, baixando os "spreads" na habitação. No melhor dos cenários, é possível obter uma taxa de 1,73%. Esta é a margem que é oferecida pelo banco para os clientes "premium", identificados como "Select", que se caracterizam como tendo "ordenado mensal domiciliado no banco igual ou superior a 2.500 euros, ou clientes com idade igual ou inferior a 45 anos e património superior a 50.000 euros e todos os clientes com mais de 75.000 euros".

Já não é primeira vez que o banco liderado por Vieira Monteiro corta as taxas aplicadas a estes clientes, mas essas reduções têm-se traduzido também em descidas das margens para os restantes. E desta vez não foi excepção. Depois de ter reduzido a taxa mínima de 2,49% para 2,44% em Fevereiro, em Março voltou a reduzi-la, desta vez para 2,34%, uma das taxas mais baixas, a seguir à de 2,25% praticada tanto pelo BCP como pelo Banco Popular.

O BPI, tal como o Barclays, mantêm a margem mínima de 2,5%, enquanto o BIC tem um juro mínimo de 2,7%. O Novo Banco é, entre os grandes bancos, aquele que exige o "spread" mais elevado, de 2,75%, que está ligeiramente acima da média de um total de 13 bancos.

A taxa mínima média praticada no crédito à habitação está em 2,64%, abaixo dos 2,79% registados no final do ano passado, e bastante inferior aos 3,4% registados em Dezembro de 2013, sendo revelador da maior aposta do sector neste negócio num contexto de baixas taxas de juro.

Fonte: Negócios

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