15 abril 2015

Banca desce "spreads" mas a torneira do crédito ainda só está a pingar


Pelo segundo mês consecutivo, os bancos emprestaram menos dinheiro às famílias. Apesar dos cortes dos “spreads” anunciados nas últimas semanas, a procura por crédito continua a ser reduzida. Os bancos têm vindo a reduzir a margem mínima cobrada nos créditos para a compra de casa. Só em Abril foram quatro as instituições financeiras a anunciar um corte nos "spreads". Contudo, estes custos mais baixos não estão, para já, a traduzir-se em mais crédito para as famílias. Em Fevereiro, e pelo segundo mês consecutivo, os bancos emprestaram menos dinheiro para a aquisição de habitação, revelam os dados do Banco de Portugal.


As instituições financeiras emprestaram 573 milhões de euros a particulares, em Fevereiro - para as empresas foram canalizados menos 512 milhões de euros. Do total para as famílias, só 207 milhões foram para a compra de casa (227 milhões em Janeiro e 279 milhões no período homólogo), apesar de este período ter sido marcado pelo corte dos "spreads" por parle de vários bancos. "A fraca apetência por financiamento" explica estas evoluções distintas, diz Paula Carvalho, economista-chefe do BPI.

Filipe Garcia diz que "será sinal que a melhoria das condições de oferta não está a corresponder a procura". O economista do IMF acrescenta ainda que, "no crédito à habitação, a oferta melhorou substancialmente em termos de preço, mas não tanto em termos de outras condições, nomeadamente na aprovação e nos montantes a financiar". 

Aumento da procura 
No inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, revelado esta terça-feira, 14 de Abril. "três instituições reportaram um ligeiro aumento da procura de empréstimos por particulares para aquisição de habitação e para consumo e outros fins". Segundo a maioria das instituições, as taxas de juro em mínimos históricos justificaram o aumento da procura para habitação, "enquanto duas instituições referiram ainda as perspetivas do mercado da habitação, assim como a confiança dos consumidores".
E, conclui o inquérito realizado pelo Banco de Portugal, a expectativa das instituições financeiras nacionais é de que procura "deverá aumentar ligeiramente" ao longo dos próximos meses. É o reflexo do alívio nas condições de concessão deste financiamento registada recentemente dada a menor "perceção de riscos relacionados com a situação e as perspetivas económicas gerais".

Fonte: Negócios

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.