Apesar do crescimento na ocupação de escritórios, as rendas mantêm valores estáveis. O mercado de escritórios da Grande Lisboa entrou em 2015 a dar sinais de consolidação do crescimento da procura que se viu no ano passado, segundo os últimos dados apresentados pela Cushman & Wakefield.
De Janeiro a Março foram fechados na Grande Lisboa 69 negócios, totalizando perto de 30.000 m2 de espaços ocupados e refletindo um crescimento de mais de 70% face a igual período de 2014; e mais de 60% acima da média dos últimos 5 anos.
A transação de maior dimensão foi na Zona 6 – a ocupação de 4.085 m2 no edifício Suécia II, no Parque Suécia em Carnaxide, por parte da Worten. A segunda maior operação do trimestre ocorreu na Zona 2, no edifício Defensores de Chaves, 45, com a Allianz a expandir o espaço ocupado em cerca de 3.000 m2. O Corredor Oeste registou a 3ª maior operação do trimestre com a expansão da Unit 4, empresa do setor tecnológico, no edifício Zenith em Miraflores. O Corredor Oeste, seguido pelo Parque das Nações, foram as zonas mais procuradas nos primeiros 3 meses do ano, tendo sido as duas zonas responsáveis por mais de 50% da procura registada.
A retoma da procura, bem como as quebras continuadas ao longo dos últimos anos nos volumes de nova oferta, não foram no entanto suficientes para uma correção em alta dos valores de arrendamento praticados na Grande Lisboa. De forma generalizada, "as diferentes zonas do mercado registaram estabilidade nos valores de renda, ainda que seja clara uma tendência por parte dos proprietários em diminuir os incentivos concedidos aos novos ocupantes, fruto de uma procura mais dinâmica", explica a empresa em comunicado enviado ao IMOnews Portugal.
Em oposição ao sucedido na atividade de ocupação, o mercado de investimento respondeu já em termos de valores ao maior dinamismo da procura. No primeiro trimestre do ano verificou-se uma subida do valor dos ativos de escritórios, através da correção em 25 pontos base na yield prime do CBD de Lisboa, a Avenida da Liberdade, que se situa atualmente nos 6%, atingindo um valor mínimo de yield dos últimos 8 anos, daqui resultando uma maior valorização dos ativos. Esta subida de valor foi também sentida nas restantes zonas do mercado, que no geral verificaram descidas das yields.
As perspetivas para o fecho de ano apontam para uma manutenção da tendência de descida, fruto não só do dinamismo a que se assiste no mercado de ocupação, mas também do enorme interesse registado pelos investidores neste setor do imobiliário.
O primeiro trimestre de 2015 trouxe também boas notícias para a atividade de investimento em imóveis de escritórios, em 3 meses foram já transacionados cerca de €45 milhões neste tipo de ativos, em comparação com os menos de €8 milhões negociados no ano passado.
Os recentemente publicados resultados do IPD confirmam a boa performance do setor de escritórios - ao longo de 2014 o portfólio de imóveis de escritórios do universo IPD obteve um retorno total de 2,3%, mantendo a tendência de subida iniciada em 2013.
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