27 abril 2015

Tribunal vende imóveis dos Espírito Santo no Brasil


Property Brasil concentra alguns dos activos mais emblemáticos do antigo Grupo Espírito Santo naquele país. Venda é assessorada pela RK Partners. A Rioforte, ‘holding' do Grupo Espírito Santo (GES) que se encontra sob gestão judicial nomeada pelo tribunal do Luxemburgo, iniciou a venda da participação da participação de 66% que detém na Property Brasil, que concentra alguns dos activos mais emblemáticos da família Espírito Santo naquele país da América Latina.


A empresa, anteriormente denominada Espírito Santo Property Brasil, dedica-se à promoção imobiliária para habitação e comércio, incluindo parques logísticos e centros de distribuição. Entre os seus empreendimentos imobiliários, encontram-se a Quinta da Baroneza e o ‘shopping' Villa Lobos, em São Paulo. Segundo os últimos dados financeiros disponíveis, relativos ao final de 2013, a Property Brasil tinha activos no valor de 473 milhões de reais (147 milhões de euros, ao câmbio actual). Já o passivo rondava os 308 milhões de reais (95 milhões de euros).

Além da participação da Rioforte nesta empresa, serão vendidos vários empreendimentos imobiliários pertencentes à família Espírito Santo, nomeadamente os projectos LOGBRAS, Clareira, a "cidade criativa" Pedra Branca e Guarujá. Segundo a informação que consta do site dedicado aos processos de insolvência das empresas do GES, a alienação dos activos será conduzida pela consultora RK Partners.

Venda da Comporta avança, com propostas até fim de Junho

Em Portugal, a gestão judicial pretende avançar com o processo de venda da participação da Rioforte na Herdade da Comporta. Tal como o Diário Económico noticiou na semana passada, as ofertas não vinculativas pela Comporta serão entregues até ao final de Maio e as ofertas vinculativas até ao final de Junho, num processo que será assessorado pelo escritório de advogados PLMJ e pelo BESI.

Em preparação estão duas operações de venda que vão decorrer em simultâneo, mas serão independentes entre si. Trata-se da alienação das participações de 59% que a Rioforte detém na Herdade da Comporta - Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado e na sociedade Herdade da Comporta. O resto do capital dos dois veículos é detido pela sociedade Nelia (15%) e por vários investidores privados, alguns deles pertencentes à família Espírito Santo. Como o processo vai decorrer em simultâneo, mas em separado, um dos concorrentes poderá comprar a participação da Rioforte no Fundo, enquanto outro fica com a posição na sociedade Herdade da Comporta. Ou o mesmo comprador poderá ficar com as duas participações. Mas serão ofertas em separado e não haverá desconto para quem comprar as duas posições.

A administração judicial tem duas prioridades: a primeira é assegurar que os activos da Comporta não perdem valor, prejudicando os credores; a segunda, é garantir que o processo de venda é "à prova de bala", com máxima transparência e de modo a permitir um processo concorrencial e sem "ruído", de modo a evitar que alguns investidores se afastem. Até à data, houve várias manifestações de interesse por parte de grupos americanos, chineses, finlandeses e brasileiros, bem como de investidores do Reino Unido e de outros países europeus. Excepto de grupos portugueses.

Um dos interessados é o grupo americano Armory Merchant, de Asher Edelman. Este investidor assegurou uma opção de compra da dívida de 100 milhões de euros da Comporta à CGD, mas o banco público ainda não vendeu esse crédito. Se a Armory Merchant comprar a dívida à CGD, ganhará ascendência sobre os futuros compradores. O que poderá afastar outros investidores.

Fonte: Diário Económico

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