15 junho 2015

A aposta nas residências estudantis


Na antiga Fábrica de Vidros das Gaivotas, na rua Fernandes Tomás, em Santa Catarina, Lisboa, está a nascer uma residência com 100 camas destinadas a alunos de Erasmus e de mestrados internacionais. A Doorm é o mais recente projeto do empresário José Manuel Fino, que está a investir €5 milhões numa área de negócio com falta de oferta e com a procura em crescimento.


A fábrica que o empresário adquiriu em 2006 para ser transformada num prédio de apartamentos acabou por ser convertida numa residência de estudantes, na sequência da crise imobiliária e da necessidade de encontrar uma alternativa para o imóvel. "Em 2010 esteve tudo aprovado, mas veio a crise e achei que havia um risco", recorda José Manuel Fino, justificando a aposta no formato para estudantes com o facto de haver falta de 10 mil camas para este segmento, segundo um estudo de 2013 da consultora imobiliária Worx. A constatação de que em Portugal a oferta neste segmento é pouco qualificada e profissional levou José Manuel Fino a apostar num formato mais exclusivo do que os tradicionais dormitórios das universidades e mais qualificado do que o arrendamento de quartos, partes de casa e apartamentos, como faz a Uniplaces. "As nossas universidades têm um enorme reconhecimento lá fora e há um potencial para explorar", remata. O investimento para concretizar o projeto é 50% com capitais próprios e os restantes 50% através da linha de financiamento Jessica. 

A Doorm (abreviatura de dormitório em inglês) está instalado em dois edifícios ligados, um com cinco andares e o outro com três (por causa do impacto nos prédios vizinhos) e os quartos, individuais ou duplos, têm entre 15 e 17 metros quadrados, uns com casa de banho privativa e outros com casa de banho partilhada com mais um quarto, bem como acesso à internet. Há ainda a modalidade de alojamento em apartamentos com três quartos, sala com televisão e kitchenette. No total há 100 camas nos 87 espaços deste empreendimento e José Manuel Fino avança que o objetivo para os próximos cinco a sete anos é estar a. gerir 500 camas - as futuras 400 num imóvel ainda por localizar. 

Nos 3000 metro, quadrados de área total, a Doorm tem ainda uma cozinha em cada andar, uma sala de convívio com televisão, sala estudo com computadores, lavandaria, ginásio, jardim no piso térreo e solário na cobertura. O preço médio é €475 por mês - que varia em função da localização do quarto (com ou sem vista) e da partilha ou não de casa de banho - e inclui as contas de água, eletricidade, internet e aquecimento, bem como o serviço de limpeza e troca semanal de lençóis e toalhas de banho, que também estão incluídas. 

O mobiliário (cama, estante, roupeiro, secretária e cadeira) é fornecido pela Area, capitalizando o facto de José Manuel Fino ser o proprietário desta cadeia de lojas de mobiliário e decoração. O edifício, por seu lado, tem ainda segurança 24 horas por dia e uma gerente durante o horário de expediente, que assegura que as necessidades dos hóspedes são supridas. 

Outra das vertentes do projeto é a integração dos estudantes, em particular os estrangeiros, no estilo de vida lisboeta com uma programação cultural, que passa por teatros, cinemas e concertos, bem como sugestões do que fazer nos tempos livres.

Fonte: Expresso

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