01 setembro 2015

Vendas de investimento podem atingir os 2 mil milhões de euros este ano


Nos primeiros seis meses de 2015 foram investidos em imobiliário mais de mil milhões de euros, um valor muito próximo do recorde atingido no ano de 2006 (1,2 mil milhões de euros). O que, na opinião da Worx Real Estate Consultants, tudo leva a crer que no final do ano poderemos estar próximos dos dois mil milhões de euros.


“Este valor extraordinário deve-se sobretudo ao investimento estrangeiro, que representa 95% do volume total. Destaca-se o investimento norte-americano, com uma quota de 64%, liderado pela Blackstone que adquiriu mais de 400 milhões de euros em ativos imobiliários”, refere a consultora. O volume de investimento estrangeiro está fortemente associado com a diminuição de risco do país e a maior confiança na economia nacional, contrariando assim a tendência registada nos anos da crise (2009-2013), em que os investidores nacionais dominaram.

A Cushman & Wakefield (C&W) avançou recentemente que as taxas de rentabilidade (yields) exigidas pelos investidores no mercado imobiliário nacional atingiram, no 2º trimestre do ano, mínimos históricos em quase todos os setores. Desta forma, conduziu a uma subida média do valor dos ativos imobiliários “prime” em Portugal na ordem dos 30%.
“A elevada procura que se tem sentido no último ano levou a um esmagamento das “prime yields” que atingiram valores mínimos em todos os setores à exceção de industrial, destaca por sua vez a Worx.

O retalho é o setor com a “prime yield” mais baixa, 5%, seguido de escritórios com 6%. Em geral as “prime yields” encontram-se em queda acentuada desde o pico registado no final de 2012 e espera-se que esta tendência de queda se mantenha à medida que os imóveis disponíveis também vão sendo retirados do mercado.

Retalho mais procurado

O retalho é o setor mais procurado pelos investidores, correspondendo a 71% do volume, seguido de escritórios com uma cota de 21%, considera a Worx.

Nas principais transações realizadas nos primeiros seis meses do ano destacam-se, no segmento de retalho, a venda do Almada Forum, ao fundo Blackstone; o Dolce Vita Tejo ao Eurofund Investments; a venda de 12 ativos da Sonae, especialmente lojas, ao Hedge Fund norte-americano, e o Continente Colombo, ao Global Real Estate Select Sicav – FIS. No setor dos escritórios o destaca vai para venda do Edifício Fronteira ao BIC; do Entrecampos 28 ao Anchorage Capital; e do Liberdade 225 ao Fundo de Pensões do Banco de Portugal.

Por último, no setor industrial e logístico, destaca-se a venda do Alverca Park, da Plataforma Logística Azambuja 6 e da Plataforma Logística Palmela 6, todos eles ao fundo Blackstone.

Na opinião de Pedro Rutkowski, CEO da Worx, “o recente sobreaquecimento e elevado dinamismo do investimento imobiliário espanhol acabou por contribuir para uma redireção dos investidores internacionais para a Península Ibérica, estando Portugal a beneficiar deste efeito. Esta tendência encontra-se igualmente assente nos sinais de recuperação económica portuguesa e na elevada liquidez existente no mercado”. Neste momento, destaca o responsável, “a procura ultrapassa largamente a oferta qualificada disponível, tendo-se assistido cada vez mais a operações realizadas num tempo record”.

Fonte: Vida Económica

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